Foto: Rodrigo Cabral/ASCOM/MCTI

A taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira em 2023 é de 9.064 km², uma queda de 21,8% em relação ao período anterior, a menor desde 2019. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram divulgados na quarta-feira (8) em solenidade com a participação das ministras da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva.

A redução na taxa de desmatamento nos nove estados da Amazônia Legal é relativa ao período de agosto de 2022 a julho de 2023, segundo dados do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Inpe. No período anterior, entre agosto de 2021 e julho de 2022, o desmatamento atingiu 11.594 km².

Nos 70 municípios considerados prioritários para o combate ao desmatamento, que concentraram 75% da derrubada em 2022, houve queda de 42%, quase o dobro da taxa em toda a Amazônia Legal.

Os dados de alertas de desmatamento, de outro sistema do Inpe, o Deter, também indicam que a queda se manteve de forma mais acentuada nos últimos nove meses: de agosto de 2023 a abril de 2024 foram registrados 2.686 km² na Amazônia Legal, queda de 55% em relação ao mesmo período anterior.

Na cerimônia de divulgação dos dados, a ministra do MCTI, Luciana Santos, anunciou que 100% do território brasileiro e todos os biomas são monitorados. Segundo ela, a ampliação e modernização do monitoramento reflete a capacidade de excelência da ciência brasileira e contribui para a implementação da agenda ambiental do país.

“A crise climática e os efeitos, como no caso da tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, apontam a urgência de iniciativas na área ambiental”, ressaltou Luciana Santos. Ela destacou a importância da transparência dos dados sobre desmatamento gerados pelo Prodes, além dos investimentos feitos pelo MCTI em satélites e nas unidades vinculadas, como Inpe e Cemaden, para auxiliar na mitigação dos problemas ambientais.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, considerou o resultado como fantástico no primeiro ano de governo. “Essa queda no desmatamento é a combinação de diversos instrumentos. Ações de fiscalização e também ações voltadas para outros eixos do plano de combate ao desmatamento, como aporte de recursos para mudar modelos e criar alternativas de desenvolvimento de base sustentável”, afirmou.

Marina Silva disse que o governo do presidente Lula tem feito questão de ampliar o monitoramento e as políticas de proteção ambiental para todos os biomas brasileiros. Segundo ela, o enfrentamento à emergência climática exige uma política de estado, com uma ação do governo integrada e transversal. “É fundamental a ação do governo federal e de termos uma ação integrada envolvendo 19 ministérios para criar uma sinergia e uma agenda positiva”.

Em relação ao Pantanal, a taxa consolidada de desmatamento para os dois estados do bioma em 2023 (agosto de 2022 a julho de 2023) é de 723 km². O número representa queda de 9,2% em relação à taxa de 2022 (agosto de 2021 a julho de 2022). Mais da metade (52,8%) do desmatamento no Pantanal, registrado em 16 municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, está concentrado no município de Corumbá (MS).

Pela primeira vez, o Inpe divulgou os dados de supressão de vegetação nativa não florestal no bioma Amazônia. Foi registrado em 2023 (agosto de 2022 a julho de 2023) desmatamento de 584,9 km², queda de 19,5% em relação a 2022 (agosto de 2021 a julho de 2022).

A área de vegetação não florestal representa 6,6% do bioma Amazônia, quase duas vezes a área de todo o bioma Pantanal e maior que o estado de São Paulo. Até então, a área não florestal não era monitorada. A divulgação inclui a série histórica desde 2000.

A área não florestal, no bioma Amazônia, inclui formações como o lavrado em Roraima, trechos de cerrado no sul do Amazonas, em Rondônia e Mato Grosso, e áreas de várzea ao longo da calha do Rio Amazonas.

No Cerrado, o desmatamento consolidado em 2023 (agosto de 2022 a julho de 2023) foi divulgado em dezembro do ano passado: taxa de 11.011 km², aumento de 3%.

Já os alertas de queimadas para o bioma Cerrado aumentaram 27% entre agosto de 2023 e abril de 2024, de acordo com o sistema Deter, atingindo uma área de 4.869 km².

Fonte: Página 8