Datafolha contraria AtlasIntel e aponta empate entre Boulos e Nunes
Ao que tudo indica, a eleição à Prefeitura de São Paulo terá embates não apenas de candidatos – mas também de institutos de pesquisa. Se nesta terça-feira (28) o instituto AtlasIntel apontou ampla vantagem do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) sobre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), pesquisa Datafolha desta quarta (29) indica empate técnico entre os principais nomes na disputa.
Contratado pela CNN, o levantamento da AtlasIntel, feito pela internet, mostrou Boulos com 37,2%, e Nunes, com 20,5%. A novidade maior da sondagem foi captar o impacto de duas novas pré-candidaturas – a do empresário Pablo Marçal (PRTB) e a do jornalista José Luiz Datena. Juntos, eles somam 18,3% de intenções de votos, prejudicando especialmente a pré-campanha do prefeito.
O Datafolha, que tem metodologia distinta e se baseia em fluxos de pessoas nas ruas, contrariou a AtlasIntel e não capturou a mesma tendência. Conforme a pesquisa, Boulos está numericamente à frente de Nunes (24% a 23%), mas empatado tecnicamente com seu adversário em função da margem de erro.
O segundo pelotão traz Datena e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) com 8%, além de Marçal com 7%. Logo atrás, empatados com 4%, aparecem Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil). A pré-candidatura de Kim é vista como figurativa, já que seu partido já declarou apoio à reeleição de Nunes.
Num segundo cenário, sem Datena e sem Kim, o empate na liderança permanece, mas com vantagem numérica para o prefeito: 26% a 24%. Tabata e Marçal, por sua vez, teriam 9%, cada um.
O desafio maior de Boulos é combater a rejeição à sua candidatura, que é 32%. Pesam contra seu nome o traço conservador de diversos setores de São Paulo, em especial das elites, bem como as fake news que tentam desacreditá-lo. Depois do pré-candidato do PSOL, os mais rejeitados são Marçal (25%), Nunes (24%), Datena (22%) e Kim (21%).
Na semana passada, Boulos recebeu o apoio do PMB (Partido da Mulher Brasileira). O anúncio elevou para sete o número de legendas em sua coligação, composta também por PSOL, Rede, PT, PCdoB, PV e PDT.
Nunes conta com a adesão de dez partidos, mas algumas siglas ameaçam abandoná-lo devido à sua postura arrogante. Já se vislumbrando reeleito, o prefeito teria congelado negociações sobre a escolha do vice e o programa de governo, centralizando e impondo a maioria das decisões relativas à pré-campanha.
O Datafolha entrevistou presencialmente 1.092 eleitores paulistanos, entre segunda (27) e terça (28). A margem de erro é de três pontos percentuais.