China e países árabes levantam “voz comum” sobre a Palestina, diz vice-chanceler Deng Li
A China e os países árabes levantarão “uma voz comum” sobre a questão da Palestina na 10ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, disse Deng Li, vice-ministro das Relações Exteriores da China, em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (27), registrou a agência de notícias Xinhua.
O Fórum terá início na quinta-feira (30) e na cerimônia de abertura estarão presentes o presidente chinês Xi Jinping, juntamente com o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein, o presidente Abdel Fattah El-Sisi, do Egito, o presidente Kais Saied, da Tunísia, e o presidente Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos — todos eles farão visitas de Estado à China de 28 de maio a 1º de junho
Segundo Deng, o Fórum irá expandir a cooperação China-Árabe em vários campos, acelerar a construção de uma comunidade China-Árabe com um futuro compartilhado e expressar o desejo comum dos dois lados de se unirem, cooperarem e elevarem as relações entre a China e os países árabes a um novo patamar, concluiu.
Uma manifestação desta sintonia, foi a bem sucedida mediação chinesa que conduziu à restauração das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã. Na ONU, a China tem trabalhado, lado a lado com os países árabes e outros povos amigos, para alcançar um cessar-fogo em Gaza que abra caminho para solução dos Dois Estados – para o que é imprescindível a existência plena do Estado Palestino – e para uma paz duradoura.
Em fevereiro, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, assinalou que a recente escalada do conflito no Oriente Médio e o aumento da tensão no Mar Vermelho “mostram mais uma vez que a questão palestina sempre foi o cerne da questão naquela região e que o deslocamento de gerações de palestinos sem um Estado legítimo é uma das injustiças mais duradoras dos tempos contemporâneos”.
Wang enfatizou que a China está firmemente do lado da equidade e da justiça, trabalha duro por um cessar-fogo e pelo fim da violência e faz o possível para proteger os civis. Nos debates no Conselho de Segurança da ONU sobre a urgência do cessar fogo, o embaixador chinês observou que, como a parte sob ocupação, pela lei internacional o direito de defesa está mais com os palestinos.
Em novembro, a China apresentou um documento de cinco pontos para a solução do conflito Israel-Palestina. Na Conferência de Segurança de Munique em fevereiro, Wang apelou à convocação de uma conferência internacional de paz mais ampla e mais eficaz para concretizar a coexistência pacífica entre a Palestina e Israel, cujo ápice é a solução de dois Estados para ambos os povos, com a fundação do Estado independente da Palestina nas fronteiras de 1967 e com a sua capital em Jerusalém Oriental.
Como registrou o China Daily, a China e os estados árabes desfrutam de uma longa história de intercâmbios amistosos, “mas suas relações são agora as melhores de sempre”.
A China tem sido “o maior parceiro comercial dos países árabes durante muitos anos consecutivos”. Assinou documentos de cooperação na Iniciativa do Cinturão e Rota com “todos os 22 países árabes e a Liga Árabe”. Os dois lados – acrescentou – implementaram “mais de 200 projetos de cooperação em grande escala” no âmbito da BRI, beneficiando as pessoas de ambos os lados. Em Dezembro de 2022, árabes e chineses realizaram a sua primeira cimeira.
Este ano assinala-se o 20º aniversário da criação do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes. Nos últimos 20 anos, o fórum tem procurado reforçar o diálogo e a cooperação entre as duas partes com o objetivo de promover a paz e o desenvolvimento.
Num mundo cada vez mais turbulento – acrescentou o China Daily -, os dois lados, que partilham pontos de vista semelhantes sobre questões regionais e globais, apoiaram-se mutuamente nos seus respectivos caminhos de desenvolvimento e procuraram trabalhar em conjunto para salvaguardar conjuntamente os interesses comuns do Sul Global.
“Em total contraste com os Estados Unidos, que têm sido a fonte de problemas e conflitos no Médio Oriente, a China sempre esteve empenhada em construir a paz e a estabilidade na região e em resolver diferenças e neutralizar conflitos através de diálogos e negociações.”
De acordo com o jornal, a questão palestina é fundamental para a paz e a estabilidade no Médio Oriente. As injustiças cometidas ao povo palestino devem acabar imediatamente e a sua exigência de um Estado independente deve ser satisfeita. Espera-se que a reunião em Pequim ajude a dar maior impulso aos esforços para pôr fim ao conflito em curso em Gaza e construir uma estabilidade a longo prazo no Médio Oriente.
Fonte: Papiro