Bombas foram despejadas às três da madrugada deixando mais de 50 mortos e feridos | Foto: AFP

Um bombardeio aéreo israelense durante a madrugada deste domingo (19) em Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, matou ao menos 35 pessoas, a maioria mulheres e crianças palestinas de uma mesma família. Um dos atentados deixou ainda 20 feridos, segundo os serviços de resgate que trabalham no maior enclave a céu aberto do mundo. Esse massacre de civis coincidiu com a presença do conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na região.

“Este ataque aéreo israelense, um dos mais mortíferos das últimas semanas, intensifica a crise humanitária em Gaza”, informou o relatório da agência palestina Wafa, uma vez que Nuseirat tinha sido designada há meses como um “espaço seguro”.

De acordo com o hospital Al-Aqsa Martyrs, o número de mortos em Nuseirat aumenta constantemente à medida que os ataques israelenses por terra, mar e ar vêm avançando de forma indiscriminada sobre moradias, escolas e hospitais. Prosseguindo de leste a oeste da cidade de Rafah, as tropas israelenses vêm acompanhadas de helicópteros militares, enquanto caças bombardeiam o centro e os navios de guerra completam o banho de sangue pela orla marítima.

Inúmeras vítimas morreram na destruição de um conjunto de casas na área. Um vídeo mostrou equipes de defesa civil puxando corpos dos escombros. Sem equipamento pesado, adequado para mover as partes maiores dos destroços, o número de 35 mil mortos e oito mil “desaparecidos” vai crescendo, assim como é reduzida a esperança de que estejam vivos.

Dando a dimensão da gravidade do caos, a senhora Um Mohammad Taha disse à CNN que neste domingo cinco casas foram devastadas, incluindo a de sua irmã, e que inúmeras pessoas ficaram enterradas sob os escombros, incluindo crianças. “O mesmo aconteceu com minha família há sete meses”, acrescentou Taha, quando um ataque matou sua mãe de 65 anos ao lado de vários membros da família. “Estou ferida, minha casa se foi. Nós não estamos vivos, estamos morrendo lentamente. Onde está a justiça?”, questionou.

Segundo a ONU, cerca de 800 mil habitantes de Gaza já fugiram de Rafah, cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, para onde o genocida Netanyahu deslocara antes, sob suas bombas, cerca de 1,2 milhão de palestinos de outras regiões de Gaza.

Fonte: Papiro