Moradores desabrigados da divisa entre Porto Alegre e Canoas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil, via Fotos Públicas

O governo federal liberou, nesta segunda-feira (27), o Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5,1 mil, em parcela única, aos afetados pelas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril. Apesar de haver milhares de famílias com direito a receber o recurso, muitas ainda não puderam acessá-lo por falta de envio dos dados por parte das prefeituras. 

Conforme a regra estabelecida para o pagamento, o município deve enviar para o governo federal os dados de cada família, informando seus membros e o endereço completo e identificando o nome do responsável pela família, de preferência uma mulher. A estimativa do governo federal é beneficiar cerca de 240 mil famílias.

Segundo informado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, responsável pelo benefício, das 469 cidades atingidas, apenas 15 conseguiram fazer a habilitação de seus moradores. 

Ao todo, 44.592 famílias já estão autorizadas, 42.572 no município de Canoas, que efetuou 68.815 cadastros. Os responsáveis por essas famílias já podem fazer a confirmação dos dados e serem encaminhados para pagamento.

Além de Canoas, outros 14 municípios também já iniciaram os cadastros. São 2.020 famílias das cidades de Arambaré, Bom Princípio, Colinas, Cruzeiro do Sul, Dois Lajeados, Feliz, Harmonia, Imigrante, Lajeado, Nova Bassano, Rolante, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Triunfo habilitadas para validação dos dados. 

Outras 30.621 famílias ainda estão na fase de análise, 26,4 mil delas também em Canoas. O envio das informações pelas prefeituras está sendo feito em lotes. Elas alimentam os bancos de dados e enviam as planilhas ao governo federal com frequência. Por isso, a lista de famílias por município cresce dia a dia.

A capital do estado, Porto Alegre, atrasou o envio dos lotes. Os dados de 24.516 famílias só foram encaminhados na manhã desta terça-feira (28), com prioridade para os desabrigados e desalojados. De acordo com a prefeitura, outro lote de 40,7 mil famílias foi cadastrado para um segundo envio ao governo.

Segundo a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o baixo número de municípios que fizeram o envio tem relação com as dificuldades estruturais enfrentadas pelas administrações locais, sobretudo em função dos estragos causados pelas inundações, além da perda de documentos e dificuldades de acesso por parte dos moradores.

“Existe uma série de variáveis. Algumas pessoas não têm documentos, não estão tendo acesso até mesmo a computador [para confirmar cadastro]. Nós temos prefeituras que não existem mais, a estrutura de Roca Sales, a estrutura de Muçum, de Eldorado do Sul, Cruzeiro do Sul, para citar alguns, não têm nem sede mais. É um quadro complexo, e todas as solicitações hoje que o governo federal, que o governo estadual faz, que são importantes, que é necessário, é tudo via sistema”, disse, à Agência Brasil, o coordenador-geral da entidade, Professor Nado. 

Com agências

(PL)