Vala comum com centenas de mortos por tropas de Israel é aberta no Hospital Nasser em Gaza
Vala comum na qual foram localizados 283 corpos de palestinos, até esta segunda-feira (22), nas dependências do Hospital Nasser “é evidência de genocídio”, declara a organização norte-americana ‘Campanha pela Palestina’.
“Israel é uma voraz máquina de guerra”, denunciou Hanan Ashtrawi, que integra o Comitê Executivo da OLP, depois que equipes médicas e de resgate localizaram as centenas de cadáveres, vítimas enterradas do exército de ocupação de Netanyahu em três valas comuns no invadido e barbarizado Complexo Médico Nasser em Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza.
Na sequência da invasão de Khan Yunis e dos massacres que se seguiram ainda há cerca de 2.000 pessoas desaparecidas. Os dados têm sido levantados após a retirada das tropas invasoras da cidade no dia 7 de abril.
“Estão transformando os hospitais de Gaza em cemitérios. Acorda Mundo!”, alertou Ashrawi, no início desta semana quendo da descoberta e mais uma vala comum, desta vez no hospital Al-Shifa, considerado o maior do enclave. Os serviços de emergência palestinos emitiram um comunicando afirmando que as buscas continuarão nos próximos dias e enfatizaram que ainda há um número significativo de corpos no local.
A maioria dos corpos recuperados até agora em toda a Faixa de Gaza são de mulheres e crianças, uma vez que as forças de ocupação têm executado deliberadamente civis palestinos a tiros ou os esmagado até à morte por escavadoras e posteriormente enterrado em pátios de hospitais ou noutros locais.
A relatora da ONU sobre o Direito à Saúde, Tlaleng Mofokeng, também reforçou as declarações de que Gaza é, sem dúvida, palco de genocídio.
Numa conferência de imprensa sobre a situação sanitária na Faixa de Gaza, na segunda-feira (21), a médica sul-africana afirmou que Israel pretende deliberadamente criar fome e privar os residentes palestinos dos seus direitos.
Além disso, constatou que o sector da saúde é devastado pelos ataques israelenses, equipes médicas são atacadas e mortas, sedes de organizações e instituições que prestam ajuda humanitária foram destruídas e o direito de acesso aos cuidados de saúde está ameaçado.
A especialista sul-africana destacou que Israel está destruindo infraestruturas e tendo como alvo equipes de saúde que trabalham em condições limitadas e deploráveis.
Além disso, ela expressou preocupação com as epidemias e doenças que se espalham na Faixa, a incapacidade de acesso a suprimentos básicos e serviços de saúde mental, e com os ferimentos e deficiências causados pelas armas usadas por Israel.
Fontes médicas anunciaram que o número de vítimas da guerra israelense aumentou para 34.151 mortos, principalmente crianças e mulheres, e 77.084 feridos desde 7 de outubro de 2023.
Fonte: Papiro