Assembleia massiva decide pela paralisação com ocupações | Foto: Bernardo Avila/Página 12

Contra o arrocho imposto pelo governo Milei e demissões em massa de 11 mil funcionários públicos, a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) está convocando nesta quarta-feira (3) todos os trabalhadores do serviço público a fazerem ocupações de prédios públicos na Argentina durante 24 horas.

A decisão foi tomada em assembleia que contou com a presença de mil servidores.

O presidente neoliberal já havia anunciado em campanha que dilapidaria o Estado argentino a que se refere como plano da “motosserra” no qual visa a destruição de qualquer plano de seguridade social e infraestrutura. Milei disse que já demitiu 50 mil funcionários, mas os números oficiais indicam cerca de 11 mil, com mais 70 mil que estão sob análise e mira demissionária do nefasto governo.

O porta-voz do governo, Manuel Adorni, acaba de anunciar até um número maior de demissões: que desses 70 mil analisados, 15 mil já foram postos no olho da rua até o fim de março.

De acordo com o secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, em uma carta aberta ao presidente argentino, “o presidente e seus funcionários podem acabar presos devido às demissões em massa. Estão sendo cometidas infrações penais”.

“Provocar demissões em massa é suprimir direitos fundamentais” e que “esta conduta está tipificada em nosso código penal”, disse.

“Nosso código penal em seu artigo 226 dá penas de 5 a 15 anos a quem impeça o livre exercício das faculdades constitucionais”, afirmou Aguiar.

Sobre as ocupações, “temos que mostrar que é o governo que está atuando à margem da Constituição e da lei” e que, “se houver violência e repressão, os únicos responsáveis serão os ocupantes da Casa Rosada”.

Ao final da tarde desta quarta-feira (3) o jornal argentino Página 12 informa que o governo de Milei ordenou que policiais tomassem os prédios para impedir as ocupações e ameaça os que entrarem com protestos nos edifícios públicos de “sanções penais”.

Fonte: Papiro