Prefeitura do Rio e TSE lançam pedra fundamental do Museu da Democracia
O Museu da Democracia começou a nascer. Nesta sexta-feira (19), a Prefeitura do Rio de Janeiro e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) lançaram a pedra fundamental do projeto, que terá concepção da Fundação Getulio Vargas (FGV). A cerimônia foi realizada no Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE), no centro do Rio, onde o museu será instalado.
Segundo Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, a proposta é passar a limpo os 92 anos de história da Justiça Eleitoral. “Isso precisa ser documentado e explicado, para ficar na memória das brasileiras e dos brasileiros das próximas gerações. É essa a ideia básica do Museu da Democracia”, afirmou Moraes, que também é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Para ele, o Brasil vive hoje seu período de maior estabilidade democrática – e o marco inaugural dessa fase é a Constituição de 1988. “É algo que devemos comemorar”, afirmou. “Estabilidade democrática não significa tranquilidade e paz total. Significa a resiliência das instituições – entre elas, a Justiça Eleitoral e o Poder Judiciário – contra eventuais ataques à democracia.”
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, lembrou que o museu se tornou ainda mais relevante depois dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Uma das peças a ser exposta no local é o quadro 8 de Janeiro de 2023, de autoria do artista plástico Vik Muniz, que doou a obra.
“A fotografia retrata o Palácio do Congresso a partir dos pedaços de vidro, cartuchos de balas e restos de carpete azul coletados após a invasão ao Senado Federal. São, nas palavras do artista, o eterno lembrete da constante necessidade de proteção que todo o projeto democrático necessita”, disse Paes.
Outra atração do museu será a Sala do Voto, com cédulas, urnas, fotos e outras peças históricas do sistema eleitoral brasileiro. Obras relacionadas às temáticas da justiça, da educação e da tolerância também integrarão o acervo. Ainda não há data oficial para a inauguração do museu. “Vamos colocar aí um ano ou um ano e meio para inaugurar”, prometeu Paes.
Na opinião do prefeito, “o Museu da Democracia é um marco também pela importância do Rio ao longo dos seus 459 anos como epicentro de movimentos e lutas pela democracia. Essas ruas que hoje nos cercam foram testemunhas das vozes do povo clamando por justiça, igualdade, liberdade, em momentos decisivos para o País”.