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Pesquisa realizada pelo instituto Quaest revelou uma posição contrária à privatização tanto entre eleitores tanto de esquerda quanto de direita nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná.

A pesquisa avalia a opinião da população em um momento em que as concessionárias privadas estão sendo questionadas pela qualidade dos serviços prestados, especialmente após seguidos apagões da Enel em São Paulo, o estudo destaca as opiniões sobre a privatização em diferentes estados do Brasil.

Os resultados da pesquisa mostraram que as pessoas estão contra a privatização, especialmente em Goiás e Paraná. Em Goiás, a Companhia Energética de Goiás (Celg) foi privatizada em 2016, passando pelas mãos de Enel e Equatorial Energia. Apenas 23% dos goianos sentiram uma melhora nos serviços após a privatização, enquanto 27% acreditam que os serviços permaneceram iguais, porém 48% sentiram que os serviços pioraram muito para toda a população.

No Paraná, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) foi parcialmente privatizada em agosto de 2023, após o governo estadual vender ações da empresa e deixar de ter o controle sobre a empresa. Após a privatização, 30% dos paranaenses afirmam que sentiram uma piora nos serviços, enquanto apenas 23% apontaram melhora. A maioria (47%) não percebeu mudança desde que a distribuição de energia passou às mãos do setor privado.

Em São Paulo, 52% dos paulistas se opuseram à privatização da Sabesp, enquanto 36% apoiaram a iniciativa. No caso da Cemig, em Minas Gerais, 49% dos entrevistados se opuseram à federalização da companhia, que poderia ser um primeiro passo para a venda das ações, enquanto 37% apoiaram.

Os resultados da pesquisa indicam que a opinião sobre a está ligada com a posição ideológica dos entrevistados. Entre os paulistas de direita, 54% apoiam a privatização da Sabesp, enquanto 74% dos entrevistados de esquerda se opuseram à iniciativa. Os resultados também se relacionam à avaliação do trabalho do governador Tarcísio de Freitas: 54% dos apoiadores do governador defendem a privatização, enquanto 80% de seus críticos são contrários.

Porém, em Goiás, onde a população é atendida por uma empresa privada há oito anos, a insatisfação com a privatização é geral. Consumidores de direita (47%) estão quase tão insatisfeitos quanto os de esquerda (51%) com os serviços da Equatorial Energia. Poucos apoiadores de Caiado (26%) ou críticos do governador (22%) perceberam melhorias nos serviços após a privatização.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) classificou a Equatorial Goiás como a pior entre as grandes distribuidoras de energia elétrica do Brasil em termos de frequência e duração de interrupções no fornecimento. Além disso, os paulistas estão particularmente descontentes com a qualidade dos serviços oferecidos pela Enel em São Paulo.

Os resultados da pesquisa Quaest indicam que as próprias empresas privadas são as responsáveis pela percepção negativa da privatização, devido à má qualidade dos serviços prestados aos consumidores.

Fonte: Página 8