Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A PF (Polícia Federal) deve encerrar em maio o inquérito que investiga a apropriação e venda ilegal de joias do acervo presidencial pelo ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL).

O último passo das apurações são as diligências que os investigadores farão nos Estados Unidos, na próxima semana.

Após o retorno da equipe, a PF fecha o relatório final do caso, que vai ser encaminhado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

O foco dos investigadores é colher depoimentos sobre venda ilegal das joias naquele país. Serão ouvidas pessoas em Nova Iorque, Miami e na cidade de Wilson Grove, na Pensilvânia. A PF conta com o apoio do FBI (Federal Bureau of Investigation), ou Departamento Federal de Investigação, a polícia federal dos EUA, que colabora na investigação por meio de cooperação internacional.

Vencido esse caso, a previsão é que, em junho, a PF apresente o relatório final do inquérito que investiga Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

A patranha da tentativa de amealhar os presentes milionários que foram doados ao Estado brasileiro começou depois que veio à tona da ação da Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos (SP), que impediu que parte das joias entrassem no País, sem pagar os devidos impostos e taxas.

A partir desse episódio, a PF iniciou a investigação se houve peculato – apropriação indébita – no caso das joias recebidas pelo ex-presidente de autoridades da Arábia Saudita.

Um dos três pacotes foi avaliado, inicialmente, em R$ 16,5 milhões. O governo do ex-chefe do Executivo tentou trazer ao Brasil de forma ilegal as joias. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo expôs o caso, e novas revelações envolvendo os presentes da Arábia Saudita ao ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, surgiram desde a publicação da primeira notícia, em 3 de março de 2023.

De acordo com a reportagem do O Estado de S.Paulo, as joias foram apreendidas quando comitiva do governo Bolsonaro retornava ao Brasil após viagem oficial à Arábia Saudita, em outubro de 2021. As peças estariam na mochila de militar que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Alburquerque.

Segundo o documento da Receita Federal sobre o ocorrido no aeroporto de Guarulhos, o militar da comitiva de Bolsonaro disse não ter nada a declarar, mas, ao passar pela alfândega, fiscal solicitou que ele colocasse a mochila no raio-x, onde “observou-se a provável existência de joias”.

A bagagem então foi revistada os agentes encontraram par de brincos, anel, colar e relógio com diamantes. Os objetos foram apreendidos.

De acordo com o documento, o militar informou o ocorrido ao ministro Bento Alburquerque, que tentou liberar as peças alegando se tratar de presente para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A Receita, porém, manteve a apreensão.

Dia 14 de março de 2023, em depoimento à PF, Albuquerque mudou a versão e negou que tivesse conhecimento sobre o destino final das peças.

Fonte: Página 8