Metalúrgicos pedem a Lula resolução para impasse trabalhista nas empresas Avibras e Embraer
Na última sexta-feira (26), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, entregou uma carta ao presidente Lula, solicitando que o governo interceda pelos trabalhadores da Avibras, que estão há um ano sem salários, e da Embraer, “terceira maior fabricante de aviões do mundo”, cujos metalúrgicos estão desde 2017 estão sem convenção coletiva.
Na carta, o sindicato também defende a estatização da Avibras, empresa do setor de defesa, fabricante de foguetes e mísseis, “que, assim, seria reerguida, preservada e colocada a serviço do país”.
“Gostaríamos de chamar a atenção de V. Exa. para questões envolvendo duas importantes indústrias da nossa região: Embraer e Avibras. São empresas que, apesar do relevante papel que desempenham para o Brasil, estão em dívida com seus trabalhadores”.
O documento foi entregue durante um evento na sede da Embraer, onde foi anunciado investimento de mais de R$ 3 bilhões pela companhia aérea Azul, em 13 novos aviões que serão produzidos ao longo do ano pela Embraer. Na ocasião, o presidente Lula batizou a primeira aeronave entregue.
Em relação a Avibras, o sindicato pede que o Governo Federal interceda em favor dos trabalhadores, de forma a garantir a regularização dos salários e a manutenção dos empregos. “Um caminho para essa regularização seria a antecipação do pagamento do contrato de R$ 60 milhões assinado entre a Avibras e as Forças Armadas Brasileiras”, diz um trecho da carta.
“A Avibras, principal indústria brasileira do setor de Defesa, está à venda. O processo está em fase de negociação com a australiana DefendTex. Caso a venda se confirme para o capital estrangeiro, o Brasil perderá uma empresa com alta capacidade industrial e tecnológica e integrante do Programa Espacial Brasileiro. Apesar de sua inquestionável importância, a Avibras – certificada pelo Ministério da Defesa como estratégica para o Brasil – está em recuperação judicial e deve um ano de salário para seus 1.200 funcionários”, prossegue o documento.
Falando da situação dos trabalhadores da Embraer, o documento lembra que, “como ex-dirigente sindical e atual presidente da República, V. Exa. tem a dimensão da gravidade dessa postura da Embraer, empresa que comemora lucros em alta (crescimento de 55% no quarto trimestre de 2023) e recebe recursos do BNDES (R$ 10 bilhões, em 2023)”. Na ocasião, o sindicato também solicitou ao presidente uma audiência para discutir os dois temas.
Fonte: Página 8