Foto: Márcio Batista/MRE

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encontrou-se na terça-feira (23) com a chanceler da África do Sul, Naledi Pandor, e reforçou o apoio do Brasil à denúncia sul-africana de genocídio contra Israel.

“É nosso dever cobrar e erguer nossa voz contra o risco de genocídio”, disse Vieira no encontro que aconteceu no Palácio do Itamaraty.

O Brasil tem se esforçado na “busca por uma solução justa e duradoura para o conflito prolongado entre Israel e Palestina”, continuou.

“Apoiamos, em consonância com o nosso tradicional compromisso com o direito internacional, o processo instaurado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), pela África do Sul, sobre a aplicação da convenção para a repressão e punição do crime de genocídio”, declarou Mauro Vieira.

Em janeiro, a CIJ decidiu continuar o processo contra Israel e que o país agisse para evitar atos genocidas. Israel argumenta que faz parte de seu “direito de defesa” matar 34 mil pessoas na Faixa de Gaza, dentre as quais cerca de 70% crianças e mulheres.

Vieira falou que o Brasil saúda “as medidas provisórias anunciadas pela corte que devem ser pronta e integralmente cumpridas”.

A chanceler sul-africana Naledi Pandor denunciou que “os recentes acontecimentos em Gaza e a ocupação dos territórios palestinos são uma terrível mancha para a história da humanidade”.

“Não pode ser que nós, como seres humanos, assistamos ao genocídio em curso em uma parte do mundo e que essas pessoas não tenham apoio para se defender”, acrescentou.

Naledi Pandor disse apreciar a “postura progressiva do Brasil e da África do Sul e acredito que devemos intensificar nossos esforços para garantir que levaremos a paz para o Oriente Médio” e citou a “liderança” do presidente Lula no apoio à Palestina.

Após invadir e barbarizar o Complexo Médico Nasser, em Khan Younis, que fica na região sul da Faixa de Gaza, Israel deixou para trás três valas comuns onde jogou os corpos de mais de 300 palestinos com as mãos amarradas.

De acordo com o Al Jazeera, os corpos eram de crianças, mulheres, médicos e pacientes do hospital.

A porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse que parte dos corpos foram encontrados “com as mãos amarradas e sem roupas”.

Fonte: Página 8