Banco Central | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A atividade econômica desacelerou na passagem de janeiro para fevereiro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou um avanço de 0,40% no segundo mês do ano. Em janeiro, o IBC-Br foi de 0,52%, uma alta revisada (0,60%).

O Banco Central reúne informações do nível de atividades dos três setores da economia: agropecuária, indústria e serviços. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro, a produção industrial recuou -0.3%, influenciada pela queda na indústria extrativa. A indústria de transformação segue estagnada no início do ano. O volume de serviços prestados caiu -0,9% em fevereiro em relação a janeiro.

Em 12 meses, o indicador avançou 2,34%. No ano, até fevereiro, a alta foi de 2,95%.

O indicador mensal do Banco Central é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado oficialmente pelo IBGE a cada trimestre.

Com a economia ainda cambaleando, vítima dos juros estratosféricos impostos pelo Banco Central, e o baixo nível de investimentos, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento nesta quarta-feira (17) em Washington, declarou que pode reduzir ainda mais a queda na redução da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 7 e 8 de maio. A Selic está em 10,75% ao ano, após seis cortes consecutivos a conta-gotas de 0,50 ponto percentual, elevando os juros reais (descontada a inflação) ao maior patamar do planeta, atrás apenas do México.

“Poderíamos ter um sistema no qual a incerteza continua a ser muito alta e não muda significativamente, o que pode significar uma redução no passo”, afirmou Campos Neto. Como se vê, qualquer pretexto serve para manter os juros altos.

Antes era a “ameaça” de inflação, mas, como está em baixa, eles arranjaram outro assunto para seguir mantendo juros proibitivos e seguir estrangulando a produção em benefício da especulação financeira.

Fonte: Página 8