Assembleia dos servidores do Instituto Federal de Santa Cataria (IFSC) | Foto: Cassiano Oliveira

O movimento grevista dos servidores federais por aumento salarial, reestruturação de carreira e contra a proposta do governo de reajuste zero em 2024, que já vinha ocorrendo nos últimos meses, se intensificou ainda mais desde quarta-feira (3), Dia Nacional de Mobilização da categoria.

Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), até a quinta-feira milhares de servidores técnico-administrativos – TAEs e docentes, reunidos em mais de 360 unidades federativas espalhadas em 23 estados já aderiram à greve. Essas unidades englobam tanto institutos federais de Educação quanto de instituições de ensino ligadas ao Ministério da Defesa.

“O governo precisa colocar dinheiro para a reestruturação das carreiras de educação e docentes. Queremos disputar o dinheiro que está na mão do governo neste momento e o dinheiro que estará na LOA [Lei Orçamentária Anual] de 2025″, afirmou David Lobão, coordenador-geral do Sinasefe.

Além da pauta econômica e reestruturação de carreira, os profissionais também reivindicam revogação de medidas implementadas no governo Bolsonaro que prejudicam a educação e recomposição do orçamento das instituições educacionais, com reajuste imediato dos auxílios e bolsas de estudantes. Os servidores também pressionam o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) pelo aumento de cerca de 51% nos auxílios de alimentação, saúde e creche prometido pelo governo em sua proposta original.

Em relação a essa questão, o Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado) e o Fonasefe enviaram ofício ao MGI pedindo “providências para implementação imediata do reajuste de benefícios”.

O movimento também abrange servidores de outras carreiras como funcionários do Banco Central, do Tesouro Nacional, da Receita Federal, da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), analistas de comércio exterior e membros de carreiras ambientais (como ICMBio e Ibama), que promovem paralisações pontuais, atuam em “operação-padrão” (rotina de maior burocracia, com impacto negativo no tempo dos serviços) ou promovem ações de mobilização.

Além disso, funcionários técnicos-administrativos das universidades param no dia 11 de abril e os docentes universitários têm indicativo de greve a partir do dia 15. No dia 17, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) realiza uma marcha nacional em Brasília.

Diante do crescimento da mobilização, o governo sinalizou às entidades a retomada da Mesa Nacional de Negociação, paralisada desde o final de fevereiro, e deve marcar uma nova reunião na próxima semana.

Fonte: Página 8