Barcos da coligação que mobiliza países para romper bloqueio ilegal feito por Israel | Foto: Divulgação

500 voluntários compõem a denominada “Coligação Flotilha da Liberdade”, que junta organizações e ativistas de mais de 30 países e que parte na próxima quarta-feira (24) das margens do estreito do Bósforo, em Istambul, na Turquia, para levar 5.500 toneladas de alimentos para a Faixa de Gaza, mantida sob criminoso bloqueio pelos israelenses. Entre os integrantes encontram-se observadores de direitos humanos, médicos, enfermeiros, advogados, representantes políticos – como a ex-prefeita de Barcelona – e jornalistas.

De acordo com os organizadores, a viagem de solidariedade é essencial para garantir a vida frente à política de “terrorismo de Estado” aplicada pelo governo israelense que, com bombardeios indiscriminados de casas, escolas e hospitais em Gaza, se transformou em “genocídio”.

A viagem é arriscada, já que em 2010 o ataque em alto mar a um navio da mesma coligação pelas tropas israelenses resultou em dez ativistas mortos e 60 feridos. Na oportunidade, antes de se aproximarem da costa os israelenses abriram fogo, argumentando posteriormente que seus soldados haviam sido atacados desde quando pisaram os navios. As entidades esclareceram que os comandos sionistas já chegaram atirando, reiterando a denúncia de “terrorismo” a Telavive. Os assassinatos causaram comoção a nível internacional e fizeram com que o Egito abrisse a passagem de Rafah, ignorando o bloqueio.

A flotilha de 2024 é composta por três navios, um cargueiro, um de passageiros e a balsa Akdeniz, que levará os ativistas à frente, com veteranos que participaram da experiência de 2010, a advogada palestino-estadunidense Huwaida Arraf, do Movimento Internacional de Solidariedade (ISM). “Aquilo foi horrível, mas devemos tentar novamente para ir a Gaza e entregar nossa ajuda para demonstrar a Israel que não podem impor o critério de quem pode ou não entrar com solidariedade”, apontou.

Integrante da delegação espanhola, Agustín Gorbea, de 71 anos, acredita que “a prioridade é romper o bloqueio e levar a ajuda a Gaza, que é uma prisão ao ar livre”. “Mas, mesmo que os israelenses não nos permitam chegar, nossa denúncia será ouvida e se saberá que somos muitos os que estamos em desacordo com este genocídio”, assinalou.

Representante do Brasil na viagem, Thiago Ávila denunciou que “a fome está sendo utilizada por Israel em Gaza como uma arma de guerra, onde os índices de catástrofe da morte de crianças estão entre os mais graves existentes no mundo”. “Hoje toda a população está sendo submetida a esse crime contra a humanidade”, sublinhou.

Frente à catástrofe iminente, em Gaza lhes aguarda qualquer ajuda. Já somam mais de 34.050 palestinos mortos e 76 mil feridos – além dos oito mil desaparecidos sob os escombros -, principalmente mulheres e crianças. No maior campo de concentração do mundo a desnutrição se transformou numa cruel realidade, onde faltam comida, água e remédios, e sobram bombas e mísseis.

“Levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza é urgente, mas não é suficiente. Temos de acabar com o bloqueio ilegal e mortal feito por Israel, bem como com o controle geral de Gaza por parte dos israelenses”, concluem as entidades.

Fonte: Papiro