Grupo de brasileiros que deixou o Haiti. Foto: Divulgação/Itamaraty, via Poder 360

Diante do agravamento da violência no Haiti e do decorrente fechamento do aeroporto internacional de Porto Príncipe, o governo federal realizou, nesta quarta-feira (10), operação para a retirada de sete brasileiros que manifestaram o desejo de deixar o país. 

Segundo nota do Itamaraty há, ainda, outros 59 nacionais identificados pela embaixada do Brasil que, no entanto, decidiram permanecer no país ou optaram por sair por meios próprios.

Ainda de acordo com o Ministério de Relações Exteriores, o grupo partiu em dois voos de helicóptero rumo à cidade fronteiriça de Jimaní, na República Dominicana, onde foram recebidos por funcionários da embaixada em São Domingos e levados até a capital. Além dos brasileiros, foi incluída na operação, por razões humanitárias, uma idosa alemã. O pedido foi feito pelo governo alemão, que também se responsabilizou pelos custos.

Há um mês, devido à insegurança, o governo brasileiro suspendeu os atendimentos presenciais no consulado em Porto Príncipe. No entanto, o governo informou que a embaixada continua funcionando e “monitora permanentemente a evolução da crise”. 

O Haiti vive uma guerra sangrenta entre gangues que já matou milhares de pessoas. Segundo a ONU, somente em 2024, foram mais de 1.500 assassinatos e, no ano passado, outros 4.400 haitianos perderam a vida. Milícias e grupos armados têm invadido delegacias, libertado detentos de penitenciárias e tentam agora tomar o poder. Hoje, essas gangues controlam mais de 80% da capital.

A crise levou o então primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar em março. Ele estava fora do país e não conseguiu retornar. Como desdobramento da crise, a população local sofre com a falta de comida, medicamentos e outros itens básicos. 

O cenário atual agrava ainda mais as dificuldades enfrentadas pelo Haiti, país mais pobre das Américas. Atualmente, cerca de 80% da população está desempregada e 60% é analfabeta. 

Os problemas atuais enfrentados pelo país se desenrolam a partir do assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021. O caso ainda não foi solucionado e há dezenas de suspeitos, incluindo o ex-primeiro-ministro e a esposa de Jovenel, Martine Moïse.

Nessa segunda-feira (8), líderes políticos haitianos firmaram um acordo para formar um conselho presidencial de transição por 22 meses, uma maneira de buscar estabilizar o país. O conselho aguarda ser investido pelo Poder Executivo para iniciar o processo. Sua primeira missão será eleger o novo primeiro-ministro. 

Com agências

(PL)