Peter Pellegrini condena atrelamento da Eslováquia à política belicista da Otan | Foto: AFP

Apontado como um “candidato nacionalista de esquerda”, Peter Pellegrini, foi eleito presidente da Eslováquia, derrotando neste sábado (6) o antigo ministro de Relações Exteriores, Ivan Korcok, ex-embaixador nos Estados Unidos e Alemanha, e ex-enviado eslovaco ante à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Pellegrini é um aliado próximo do primeiro-ministro do país, Robert Fico, que se opõe veementemente ao envio de armas e soldados para a Ucrânia, país vizinho que tem apoio da Otan para levar adiante uma guerra contra a Rússia sob auspícios da Otan e satélites europeus, dos quais a Eslováquia caminha para se desvencilhar.

De acordo com o Escritório de Estatística da Eslováquia, Pellegrini recebeu 53,12% dos votos, contra 46,87 do belicista, apontado como um fiel seguidor do Ocidente. Com mais de 61% de participação, a eleição superou até mesmo a elevada participação do primeiro turno e é a mais alta desde 1999.

No seu discurso de vitória, o presidente eleito prometeu “fazer todo o possível para garantir que a Eslováquia permaneça sempre do lado da paz e não do lado da guerra, quer alguém goste ou não”. E, de forma categórica, reiterou que o envio de tropas e armas à Ucrânia representa uma escalada perigosa que põe em perigo a estabilidade da região e de todo o planeta.

Primeiro-ministro entre 2018 e 2020, Pellegrini é atualmente o presidente do parlamento da Eslováquia, aliado a Robert Fico, que reverteu a decisão do governo anterior de enviar a ajuda militar a Ucrânia.

Fico criticou abertamente a Otan e a UE pelo apoio incondicional à Ucrânia contra a Rússia, assinalando que a Eslováquia não deveria ser arrastada para o conflito. Ele condenou Korcok, a quem acusou de ser “um fomentador da guerra que apoia sem hesitação tudo o que o Ocidente lhe diz”.

O primeiro-ministro também acusou Kiev de fazer exigências sem base na realidade em relação a um possível acordo de paz com Moscou, e defendeu que a Ucrânia desista das suas reivindicações territoriais. Reivindicações que, aliás, perdem sentido pois depois do governo de caráter neonazi e submisso aos EUA haver agredido as populações que estavam nas fronteiras ucranianas mas mantinham laços com a Federação da Rússia, inclusive adotando majoritariamente a fala russa. As populações da região agredida pelo regime de Zelenski se rebelaram e pediram o desligamento da Ucrânia e a integração com o território russo, em pleitos plebiscitários com aprovação vastamente majoritária.

Korcok admitiu o resultado, mas disse estar “muito decepcionado” com a derrota.

Fonte: Papiro