Manifestantes se concentram diante do parlamento israelense | Foto: Tomas Gil/Cortesia do Movimento de Protesto

Cem mil pessoas vindas de diversos pontos de Israel se concentraram diante do Knesset (o parlamento de Israel em Jerusalém) para exigir eleições já, o que levaria à saída do atual primeiro-ministro Netanyahu, cuja aprovação caiu vertiginosamente desde o início da chacina perpetrada por suas tropas na Faixa de Gaza.

Um dos oradores no ato que entra pela segunda noite, nesta segunda-feira, foi o neto de Chaim Peri, que foi feito prisioneiro no Kibutz Nir Oz em 7 de outubro e se encontra detido até agora na Faixa de Gaza. “Este não é o meu primeiro e nem será o último protesto até que este desastre tenha fim”, declarou Albini Peri.

“Este governo não tem como conseguir consertar o que deixou estragar”, disse Albini.

“Exigimos uma negociação e um acordo já, mas não haverá nenhum enquanto este governo permanecer”, acrescentou.

A multidão lotou as ruas de Jerusalém, em torno do Knesset e os manifestantes também formaram uma “cidade de tendas” para abrigar os participantes do protesto que ainda deve se estender por alguns dias.

Houve manifestações também diante de deputados que apoiam o famigerado governo de Netanyahu, a exemplo de Aryeh Deri, do partido Shas que integra a coligação fascista no governo.

Yair Golan, ex-vice chefe de Estado Maior e hoje líder do partido trabalhista opositor, foi um dos que discursou afirmando “não desistiremos enquanto Netanyahu não estiver fora”.

“Já podíamos ter os reféns em casa se em um processo de renovação, com outro governo para derrubar esse lixo que inclui ataque ao Judiciário”, acrescentou Golan.

A manifestação se caracterizou por reunir forças de dezenas de partidos e organizações de todo o país. Os manifestantes ergueram cartazes com a palavra de ordem: “Fora!”.

No sábado, 30, houve manifestações de dezenas de milhares, com a mesma exigência de “Fora Netanyahu”, em Tel Aviv, Haifa, Beer Sheva, além de outras cidades, incluindo Cesarea, onde está localizada a residência particular de Netanyahu.

Em Tel Aviv, houve mais uma vez confrontos entre policiais e manifestantes. A polícia usou jatos de água e cassetetes para dissolver o protesto, que tomou avenidas centrais da maior cidade israelense. Na avenida Kaplan a polícia prendeu manifestantes, 21 segundo os organizadores.

Na manifestação em Tel Aviv, ecoavam palavras de ordem tais como “Cessar-fogo já” e “Não mais sangue derramado”, enquanto outros manifestantes apitavam e bumbos eram tocados.

Na manifestação de Haifa se destacou o deputado trabalhista Gilad Kariv, que denunciou Netanyahu por “isolar Israel e mentir para seus próprios cidadãos”.  

“Este governo é indecente, se baseia no incitamento, na pilhagem e coloca os interesses pessoais do premiê acima dos do país inteiro”, disse ainda Kariv.

Diante da casa de Netanyahu em Cesarea quem falou foi o ex-chefe do Estado Maior, Dan Halutz: “Sua inerente característica é a irresponsabilidade. Eu me recuso a estar junto com quem quer ocupar Gaza”.

Fonte: Papiro