A monstruosa destruição do hospital Al Shifa | Foto: Health Policy Watch

O hospital Al Shifa foi devastado no segundo ataque israelense que o destruiu intencionalmente durante bombardeio por duas semanas. Antes da bárbara devastação, o hospital tinha uma capacidade de 750 leitos, com 25 salas de cirurgia e 30 salas de terapia intensiva.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou a estupidez israelense e declarou que “ao destruir hospital Al Shifa, Israel arranca coração do sistema de saúde de Gaza”.

Um avião da força aérea israelense bombardeou outro hospital, o Al Aqsa, o mais importante da zona central da Faixa de Gaza, provocando 4 mortos e 17 feridos, no domingo (31). “Pedimos novamente que os pacientes, o pessoal de saúde e as missões humanitárias sejam protegidos”, disse Ghebreyesus, reiterando que “os ataques em curso e a militarização dos hospitais devem parar”.

O ataque terrorista precedeu à suposta retirada das forças de ocupação israelenses de dentro do Hospital Al-Shifa e dos bairros residenciais circundantes, anunciada pela força de ocupação de Israel na manhã de segunda-feira (1º), em direção às áreas a sudoeste da cidade de Gaza. Centenas de corpos de civis mortos foram encontrados no Complexo Médico e seus arredores.

Fontes médicas confirmaram que o exército israelense destruiu completamente os andares do edifício de cirurgias especializadas, queimou o edifício principal de recepção e emergência destruindo dezenas de seus quartos e todo o equipamento médico nele contido, colocando o resto do prédio completamente fora de serviço.

As forças israelenses também queimaram os prédios de atendimento de doenças renais e da maternidade, os necrotérios, as instalações de refrigeração para câncer e queimados, e destruíram o prédio das clínicas ambulatoriais do principal hospital da região.

As Nações Unidas estão planejando uma missão ao Hospital Al-Shifa assim que for “permitido ajudar as pessoas a receber cuidados médicos e avaliar as instalações”, disse o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) na segunda-feira (1°).

No dia 18 de março passado, as forças de ocupação invadiram o Complexo Médico Al-Shifa e as áreas circundantes e levaram a cabo a segunda operação militar massiva, desde o início das hostilidades na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023, matando, ferindo e detendo centenas de pessoas.

A primeira vez, o local foi invadido em 16 de novembro de 2023, após sitiá-lo por uma semana, destruindo seus pátios, partes de seus edifícios, equipamentos médicos e o gerador de eletricidade.

Dezenas de palestinos assassinados foram encontrados no Complexo Médico e nas ruas Omar Al-Mukhtar, Izz Al-Din Al-Qassam, Abu Hasira, Bakr e Haboush, todas ao redor do hospital.

As fontes explicaram que o exército israelense destruiu o cemitério temporário que os cidadãos haviam montado no Complexo Médico de Shifa, retirou dele os corpos dos mortos e os despejou em diferentes áreas do hospital.

Testemunhas relataram também que as forças de ocupação queimaram ou destruíram muitas casas e edifícios residenciais nas proximidades do hospital, que inclui milhares de unidades residenciais.

Fontes médicas anunciaram, no domingo (31), que o número de mortos na guerra aumentou para 32.845, principalmente crianças e mulheres, e para 75.392 feridos desde 7 de outubro de 2023.

As fontes acrescentaram: “A ocupação israelense cometeu 6 massacres contra famílias na Faixa de Gaza, matando pelo menos 63 pessoas, além de 94 feridas, nas últimas 24 horas”.

Lembraram ainda que milhares de vítimas continuam sob os escombros, informando que, com o bloqueio das estradas, as ambulâncias e as equipes de proteção civil não têm conseguido chegar até elas.

Israel tem perpetrado uma devastação na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, causando uma catástrofe humanitária e destruição massiva de infraestruturas, o que levou Israel a comparecer perante a Corte Internacional de Justiça por “genocídio”.

Fonte: Papiro