Entre os 25 sobreviventes, muitos tiveram queimaduras de combustível e hipotermia | Foto: Manejar

Pelo menos 60 migrantes morreram em um barco saído da Líbia com destino à Itália, informaram os 25 sobreviventes à tripulação do Ocean Viking, navio SOS Mediterranée, ao serem resgatados extremamente debilitados nesta quarta-feira (13) no Mediterrâneo central.

Conforme a Organização Não Governamental (ONG), os sobreviventes tinham deixado Zawiya, na Líbia, há uma semana. “Depois de três dias de navegação, o motor quebrou, deixando o barco à deriva sem água ou comida”, relataram. Entre as dezenas de mortos durante a viagem havia mulheres e pelo menos uma criança.

A embarcação de resgate avistou com binóculos um bote vazio a cerca de duas milhas (3,2 quilômetros) e em péssimas condições de flutuação. Imediatamente os operadores do Ocean Viking acolheram 25 pessoas, todos homens, muitos com queimaduras de combustível e sintomas de hipotermia. Entre os sobreviventes se encontram 12 menores, dois com menos de 13 anos.

Dois dos resgatados foram evacuados pela Guarda Costeira italiana até um hospital na Sicília durante a noite, após terem desmaiado a bordo e o pessoal médico não ter conseguido reanimá-los.

A tragédia do navio ter ficado uma semana no mar, com todos presenciando tamanhos horrores e carências, explicou a ONG, deixou os que conseguiram se manter vivos “em condições de saúde física e mental extremamente vulneráveis”.

“Muitas pessoas morreram e estão agora desaparecidas”, afirmou a ONG, frisando que também na costa da Líbia, a equipe de emergência resgatou outra embarcação com 52 migrantes, acolhidos em Catânia, cidade portuária no oeste da Sicília.

De acordo com as entidades que prestam apoio de solidariedade aos migrantes, as condições meteorológicas dos últimos dias ​​favoreceram travessias pelo Mediterrâneo.

Também na quarta-feira um pequeno barco de sete metros foi localizado e resgatado pelo navio patrulha da Guarda Costeira Cp319. A bordo de uma embarcação que saiu da Líbia, estavam 42 bangladeshianos, sírios e egípcios.

Organizações não governamentais que lidam com resgates no mar como a SOS Humanity, Sea Eye, Sea Watch e United4Rescue, acusaram o governo italiano de armar “falsas acusações” para impedir ações de solidariedade.

Fonte: Papiro