O Brasil quer se tornar um ator de peso na New Space, a nova e moderna corrida espacial, hoje dominada por Estados Unidos, Japão, China e Índia. Se o setor público e a iniciativa privada estão diretamente envolvidos nesses países para alavancar o setor aeroespacial, no Brasil não será diferente. Mas

O objetivo do governo Lula é lançar até 2027 o foguete nacional – ou Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP) –, a fim de pôr em órbita baixa micro e nanosatélites. A carga últil a ser lançada no espaço, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, deve ser de ao menos 5 quilos.

Serão investidos R$ 370 milhões no projeto, que envolve grupos de empresas e startups, responsáveis pela construção de dois foguetes. Se conseguir colocar em órbita satélites construídos no Brasil, lançados por foguetes nacionais e de uma das bases brasileiras, o País será especialmente beneficiado em áreas como telecomunicações, monitoramento por satélites e aviação. Pouco mais de dez países cumpriram todas essas etapas de um programa espacial próprio.

A ideia do foguete nacional remonta aos anos 1970. Em 1994, foi formalizada como meta na Política de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Pndae). Porém, os planos foram congelados em 2003, quando um foguete de tipo VLS pegou fogo em Alcântara e matou 21 civis.

Com isso, o Brasil ficou para trás na corrida espacial moderna. Entre os BRICS, China, Índia e Rússia estão à frente do País. Sem contar personagens não necessariamente ligados a projetos estatais, haja vista a mobilização de bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos.

“Até pouco tempo atrás, só os Estados dispunham de condições para fazer veículos lançadores, como EUA, Índia, Rússia e China. Precisava de um poder de compra do Estado para alavancar um projeto com essa complexidade”, diz ao Estadão Rodrigo Leonardi, diretor da Agência Espacial Brasileira. “O que se vê, de 15 anos para agora, é que nesse conceito do New Space, a iniciativa privada começa a ter papel mais preponderante.”