Situação alimentar se torna mais precária a cada dia em Gaza | Foto: WHO

O Embaixador da República da África do Sul credenciado junto ao Estado da Palestina, Sean Benefeldt, reuniu-se na quinta-feira (14) com o Ministro das Relações Exteriores do governo, Riyad al-Malki, na sede do Ministério em Ramallah.

O Ministro expressou o apreço do presidente Mahmoud Abbas, e do povo palestino pela posição histórica da África do Sul e pela sua defesa contra a ocupação na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A África do Sul apresentou um novo pedido à CIJ, solicitando que ordene medidas de emergência adicionais contra Israel face à fome generalizada provocada em Gaza e às violações manifestas das medidas anteriores determinadas pela Corte incluindo a exigência do fim “de ações que levem ao genocídio”.

“No novo requerimento, a África do Sul alega que ‘é compelida a recorrer novamente à Corte devido aos novos acontecimentos e mudanças na situação em Gaza – especialmente, a disseminação da fome – resultantes de violações contínuas e flagrantes […] por parte de Israel’”, declarou a presidência sul-africana em comunicado divulgado na quarta-feira (6).

Al-Malki enfatizou que este esforço legal, humanitário e moral é extremamente importante para expor a corrupção e os padrões duplos de muitos países para relevar os crimes de Israel. Também agradeceu à África do Sul pela sua participação nas sessões de argumentação oral da CIJ sobre as consequências jurídicas decorrentes das políticas e práticas de Israel no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental.

O Ministro acrescentou que as medidas provisórias estabelecidas pela CIJ são muito importantes para mostrar que Israel continua os seus crimes na Faixa de Gaza, informando a Benefeldt sobre os últimos desenvolvimentos nos territórios palestinos ocupados, expressando a sua profunda preocupação com a continuação da guerra genocida contra o povo na Faixa de Gaza, que mata diariamente dezenas, de civis palestinos.

COM MAIS DE 31 MIL MORTES, GENOCÍDIO ENTRA NO 160º DIA

Segundo o Ministério da Saúde, as forças ocupantes cometeram 7 massacres contra famílias na Faixa de Gaza, resultando na morte de 69 palestinos e no ferimento de outros 110, durante as últimas 24 horas.

As fontes médicas informaram, na quinta-feira (14), que o número de mortos na Faixa de Gaza é de 31.341, a maioria crianças e mulheres, desde o início da guerra em 7 de outubro, que hoje entra no seu 160º dia.

Além disso, o número de feridos sobe para 73.134 desde o início da agressão, enquanto milhares de vítimas permanecem sob os escombros e nas estradas, porque a ocupação israelense impede que ambulâncias e equipes de proteção civil cheguem até elas.

O Ministro afirmou que a ocupação usa a fome como arma de guerra, assinalando que há cerca de 600.000 palestinos à beira da morte por inanição e expressando a sua decepção com a comunidade internacional porque esta não faz o suficiente para pressionar Netanyahu.

Al-Malki abordou a longa e feroz guerra travada pelo Estado de ocupação israelense contra a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina (UNRWA), sublinhando que a ocupação visa desmantelar e apagar a agência da ONU numa tentativa de aniquilar os refugiados e o direito de retorno.

CONSULTAS E DIÁLOGO PERMANENTE

Ressaltou ainda a importância de reforçar as relações bilaterais entre os dois países e a necessidade de realizar um comitê ministerial conjunto regular para o diálogo estratégico e consultas políticas, afirmando o apoio do Estado da Palestina às eleições gerais que devem acontecer no próximo mês de maio na República da África do Sul.

Por seu lado, o Embaixador Benefeldt afirmou o apoio permanente do seu país à justeza da causa palestina e o seu apoio firme à luta e aos direitos palestinos, expressando o seu pesar pela continuação da agressão israelense e pelo fracasso na implementação de um cessar-fogo até este momento.

Ele elogiou a posição da liderança palestina ao lidar com a escalada que está ocorrendo na Cisjordânia, enfatizando a importância de concluir as consultas políticas entre os dois países e de fortalecer as relações bilaterais.

Fonte: Papiro