General pai de Cid deve ser ouvido pela PF no caso das joias
A Polícia Federal deve ouvir, nesta terça-feira (26), o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O depoimento faz parte das investigações sobre a apropriação ilegal e venda, nos Estados Unidos, de joias e bens sauditas presenteados ao Estado brasileiro.
Em agosto do ano passado, Lourena Cid foi alvo de mandado de busca e apreensão durante apuração do caso. De acordo com a PF, o general seria o responsável por negociar os objetos.
Ao longo das apurações, os investigadores identificaram o rosto do general no reflexo de uma foto de um desses presentes — uma caixa que guardava uma escultura a ser negociada. A foto, que deve ter sido feita pelo próprio general, seria usada para avaliação dos itens antes da venda. Além disso, a PF obteve conversas entre o filho e o pai, no qual o ajudante de ordens de Bolsonaro pedia que Lourena Cid fizesse as fotos.
Durante a gestão de Bolsonaro, o general da reserva Mauro Lourena Cid ocupou um cargo na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), nos Estados Unidos.
O caso é mais um que mostra o uso particular do Estado e do poder por Bolsonaro e seus auxiliares para o atendimento de interesses particulares. O conjunto das investigações apura a tentativa de Bolsonaro se apropriar ilegalmente de presentes dados ao Brasil pelo governo da Arábia Saudita, entre os quais estão joias avaliadas por peritos da PF em R$ 5,1 milhões, e tentar vender parte delas nos EUA.
Um dos casos envolve a tentativa de trazer ilegalmente para o país um conjunto de joias apreendido no Aeroporto de Guarulhos, em 2021. Auxiliares de Bolsonaro atuaram para tentar liberar as joias, que estavam na mochila do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Já o caso que envolve o general Lourena Cid diz respeito a esculturas também recebidas como presente institucional para o Estado brasileiro. Segundo a PF, após transportarem as esculturas para os EUA no mesmo avião presidencial que levou Jair Bolsonaro ao país, às vésperas do fim do mandato em 2022, o ajudante de ordens pediu que o pai fosse a lojas para avaliar e tentar vender o item.
De acordo com a PF, a apuração visa a verificar se os valores obtidos na venda dos objetos “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.
Com agências
(PL)