O Tribunal Penal Internacional nunca se importou com crimes de Israel contra o povo palestino | Foto: Reprodução

Em meio ao genocídio em curso em Gaza, o primeiro da história transmitido ao vivo e pelas redes sociais, contra o qual não tomou qualquer atitude, o Tribunal Penal Internacional (TPI), que não deve ser confundido com a Corte Internacional de Justiça da ONU (CIJ), ou Corte de Haia, emitiu na terça-feira mandados de prisão contra dois altos comandantes militares russos, acusando-os de crimes de guerra na Ucrânia.

Os supostos crimes teriam ocorrido durante uma campanha de ataques com mísseis “contra a infraestrutura elétrica ucraniana de pelo menos 10 de outubro de 2022 até pelo menos 9 de março de 2023”, afirmou o tribunal.

Em seu comunicado, o TPI acusou o tenente-general Sergey Kobylash, da frota de Aviação de Longo Alcance, e o almirante Viktor Sokolov, da frota do Mar Negro, de cometer “o crime de guerra de dirigir ataques a objetos civis”, causando “danos incidentais excessivos a civis”, além de perpetrar um “crime contra a humanidade”, disse o TPI em um comunicado à imprensa.

Anteriormente, o TPI achou por bem emitir um “mandado de prisão” para o presidente russo, acusando-o de “deportação ilegal” de crianças ucranianas para a Rússia: as crianças simplesmente haviam sido evacuadas da zona de guerra, onde ocorriam, então, pesados combates. Moscou rejeitou as alegações do TPI, quanto a seu esforço de preservar a região do Donbass, liberada do regime nazista de Kiev, que EUA e satélites entopem de armas.

Atualmente, o TPI é presidido por um jurista britânico, depois de afastados juristas que haviam levantado questões inconvenientes sobre a intervenção dos EUA no Afeganistão por 20 anos.

O TPI chegou a jocosamente ser apelidado de “Tribunal Penal para Negro” por só julgar e encarcerar ex-dirigentes africanos ou de alguma ex-colônia do Sul Global.

As provocações do TPI, sob a nova gestão, levaram a Rússia a também tomar medidas de retaliação, abrindo um processo criminal contra o principal promotor e juízes do tribunal, e inclusive emitiu mandados de prisão contra eles.

Como muitos outros países, incluindo os EUA, Moscou não reconhece a autoridade do tribunal e suas ações não têm validade legal na Rússia.

E SOBRE GAZA, NÃO VAI NADA?

Em relação ao principal foco de crimes de guerra da atualidade, o enclave palestino de Gaza, onde as tropas de Netanyahu já mataram ou feriram 100 mil pessoas, a maioria, crianças e mulheres, já destruíram 400 mil casas e expulsaram de seus lares quase 2 milhões de pessoas, já invadiram ou arruinaram a grande maioria dos hospitais e bombardearam escolas da ONU, matando agentes da ajuda humanitária, médicos e jornalistas, o máximo que o TPI conseguiu fazer foi ir a Tel Aviv para ouvir preleções sobre os ‘crimes do Hamas’.

Registre-se ainda que, no caso do genocídio em Gaza, Netanyahu e outros cúmplices produzem quase diariamente e numa escala industrial, autoincriminações.

E ainda, o ministro da Defesa de Israel, Ioav Galant, anunciou publicamente que ia cortar água, luz, combustível e remédios dos palestinos de Gaza.

Será, observando o que registra o já citado mandado do TPI, que nada em Gaza se enquadra no que é ali dito, “‘o crime de guerra de dirigir ataques a objetos civis”, causando “danos incidentais excessivos a civis”, além de perpetrar um “crime contra a humanidade”, quando os autores são Netanyahu, Galant, Gvir e assemelhados?

Fonte: Papiro