O Banco Central (BC) revisou de 1,7% para 1,9% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) em 2024, conforme relatório divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira (28).  Outro ponto positivo da avaliação diz respeito ao aquecimento do mercado de trabalho e à queda dos índices de desemprego que levaram a um aumento dos rendimentos reais dos trabalhadores “em ritmo superior ao esperado”.

Na avaliação do Banco Central, a economia brasileira apresentou, no início do primeiro trimestre deste ano, “dinamismo ligeiramente maior do que o esperado”. As estimativas do BC, no entanto, indicam que o setor agropecuário deverá ter resultados um pouco menores do que em 2023, após uma grande alta observada no ano passado.

Quanto à avaliação positiva sobre o mercado de trabalho, o BC tomou como base índices como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, segundo a qual o índice de desemprego foi de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. A taxa é superior aos 7,5% registrados no trimestre imediatamente anterior (encerrado em novembro de 2023), mas, por outro lado, ficou abaixo dos 8,6% do trimestre findo em fevereiro do ano passado.

Em junho, a projeção do BC é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 4,02% em 12 meses. Segundo o relatório, ao longo dos próximos meses a inflação deve diminuir em um ritmo mais lento. No entanto, há previsão de que os preços continuem a subir acima da meta de inflação de 3%, que é de 3,5% em 2024 e 3,2% para 2025 e 2026. 

Entre os fatores que mantiveram a inflação de 2023 acima da meta, o relatório aponta o fim das desonerações da gasolina e do etanol. No segundo semestre de 2022, numa das tentativas de Jair Bolsonaro usar as políticas públicas e os mecanismos estatais para ganhar as eleições, as alíquotas para combustíveis do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) haviam sido reduzidas. A medida foi revertida em fevereiro do ano passado.

Com relação à taxa de juros, a avaliação do BC é de que ainda haveria incertezas em relação à economia brasileira, mas também no que diz respeito ao cenário externo, porém sem grandes mudanças no que há de fundamental para balizar a trajetória da Selic. Na semana passada, o Comitê de Política Econômica (Copom) do BC cortou a taxa em 0,5 ponto percentual, passando para 10,75% ao ano.

Com informações da Agência Brasil

(PL)