Foto: Gabriel Lemes/MDIC

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) reuniu, nesta segunda-feira (11), com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, para apresentar uma nota técnica com propostas para uma política industrial que esteja “a serviço de uma estratégia nacional de desenvolvimento para o Brasil”.

Elaborada em conjunto com o economista Diogo Santos, a nota técnica representa uma “contribuição classista para este debate estratégico para os futuros da nação e da nossa classe trabalhadora”, destaca Adilson Araújo, presidente da CTB. 

Na apresentação do documento, Adilson destaca que desde o surgimento da indústria brasileira, em meados do século 19, ela tem sido “objeto de polêmica e luta política e social, envolvendo não só atores internos mas também de potências capitalistas, como a Inglaterra e Estados Unidos, movidas pelo interesse de manter o Brasil como mercado consumidor de suas mercadorias industrializadas e fornecedor de commodities”.

Adilson aponta que a indústria é o “carro chefe” do desenvolvimento das nações e, exatamente por isso, sofre com a pressão de países imperialistas que visam manter sua hegemonia econômica. “Esta não é uma verdade válida apenas para o passado, quando o peso relativo do setor na economia foi maior. O avanço das atividades comerciais e serviços em geral não reduziu a relevância da indústria, nem lhe roubou a condição de carro chefe do desenvolvimento. Isto pode ser percebido tanto no declínio do poderio econômico relativo dos Estados Unidos no mundo, provocado pela desindustrialização, quanto, do outro lado, na ascensão vertiginosa da China, alicerçada na produção industrial, que hoje agrega ao PIB do país o dobro do valor agregado pela indústria nos EUA”, destacou Adilson.

A nota apresenta dados do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) destacando o valor da produção industrial na China (US$ 5,1 trilhões em 2022), 43,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, ao passo que nos EUA a indústria correspondeu a US$ 2,5 trilhões em 2022, 12,7% de seu PIB. “A reindustrialização do Brasil é uma bandeira das forças democráticas e progressistas que a CTB considera prioritária e fundamental para a causa da classe trabalhadora, a valorização do trabalho, a soberania, a democracia e o desenvolvimento nacional”, completou Adilson. 

Diogo Santos, economista da CTB, ressaltou a necessidade de uma política industrial como caminho para o desenvolvimento nacional e apresentou propostas para transformar a estrutura produtiva do Brasil, enfrentando as resistências impostas pelo mercado financeiro. Santos enfatizou a necessidade de conquistar os trabalhadores e o povo para a luta pelo desenvolvimento nacional, tornando a política de desenvolvimento um assunto popular.

Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, vice-presidente da CTB, destacou a importância de atualizar o arcabouço fiscal para permitir maior investimento e gastos públicos, redução das taxas de juros e aumento dos investimentos públicos em políticas sociais.

Assis Melo, presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FITMETAL), ressaltou que, apesar dos desafios enfrentados pelo Brasil, o governo demonstra determinação no fortalecimento da indústria. Andreia Diniz, secretária de Finanças da Federação, falou sobre políticas como a do auxílio creche, como um direito das crianças, reforçando o papel fundamental das mulheres no setor industrial.

Fonte: Página 8