Criança é ferida em ataques de Israel. Foto: Palestinian News Information Agency (Wafa), via Wikimedia

A Faixa de Gaza tem, hoje, cerca de 9 mil pacientes que precisam ser transferidos com urgência da região, segundo informou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, neste sábado (30). 

Os recorrentes bombardeios e ações de Israel na região, inclusive em hospitais, instalou uma situação calamitosa, na qual pessoas já doentes somam-se a feridos e a outras adoecidas devido à piora na situação sanitária e à grave desnutrição resultantes dos ataques. 

“Cerca de 9 mil pacientes devem ser removidos urgentemente para o estrangeiro para que possam se beneficiar de serviços de saúde vitais, particularmente para o tratamento de câncer, das lesões causadas por bombardeios, diálise renal e outras doenças crônicas”, escreveu o diretor-geral em suas redes. 

Segundo a OMS, antes dos ataques, a Faixa de Gaza contava com 36 centros médicos para atender a população. Somente no Norte da região, 20 dos 22 hospitais foram total ou parcialmente destruídos até o começo deste ano. Israel tem alegado que as instituições de saúde estariam sendo usadas para esconder militantes do Hamas.

Até o momento mais de 3 mil pacientes já foram transferidos de Gaza para outros países, de acordo com Tedros. Porém, completou, “é preciso remover muito mais. Instamos Israel a que acelere a aprovação das remoções para que os pacientes críticos possam ser atendidos”. 

Na quinta-feira (28), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que Israel permita o acesso de ajuda humanitária na região, como forma de mitigar o sofrimento causado pela grave vulnerabilidade alimentar que atinge a população. 

A medida da Corte faz parte do processo instaurado pela África do Sul contra Israel, tendo como base a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

Na decisão, a CIJ salientou que “as catastróficas condições de vida dos palestinos na Faixa de Gaza têm-se deteriorado ainda mais, em particular diante da prolongada e generalizada privação de alimentos e outras necessidades básicas”.

Desde o início dos ataques, em outubro, já houve mais de 32,5 mil de mortos e 75 mil feridos. Os números não incluem cerca de oito mil corpos que, segundo autoridades locais, podem estar sob escombros de prédios e construções destruídos durante as ações de Israel. Além disso, de acordo com observadores da ONU, ao menos 31 pessoas, das quais 27 são crianças, morreram por desnutrição ou desidratação. 

Com agências

(PL)