Campo de refugiados de Jabalia, em Gaza, destruído por Israel, com apoio das armas dos EUA | Foto: Mahmud Hams/AFP

Conforme noticiou o jornal norte-americano Wall Street Journal na quarta-feira (6), o governo Biden aprovou ao todo mais de 100 remessas de armamentos para Israel desde outubro de 2023, tendo somente notificado o Congresso sobre duas delas.

Segundo relataram membros da administração, as principais exportações de armamentos são geralmente encaminhadas aos parlamentares para análise, a fim de somente depois serem divulgadas. Foi no caso israelense, apuraram, que o presidente Biden se utilizou de “regra emergencial”, evitando o processo de verificação.

“As demais transferências de armas foram aprovadas usando mecanismos menos públicos disponíveis para a Casa Branca. Isso inclui a obtenção de armas dos estoques dos EUA, a aceleração de remessas previamente aprovadas e o envio de armas em remessas menores, com um valor mais baixo que o limite exigido para a administração notificar o Congresso”, notificaram ao jornal.

Já a rede norte-americana NBC divulgou notícia que pode explicar, de alguma forma, esse comportamento da Casa Branca de enviar armas para Israel na calada da noite. Segundo a NBC, os protestos que têm acontecido nos eventos com a participação do presidente dos EUA, incluindo os protestos contra o morticínio de Israel em Gaza, fizeram com que a equipe de Biden tomasse medidas especiais para evitar o vexame recorrente.

Segundo ainda a NBC, assessores de Joe Biden adotaram vários truques para afastar o presidente de manifestantes cada vez mais insatisfeitos com as políticas da Casa Branca no Oriente Médio, notadamente com o apoio ilimitado a Israel, mesmo com notório massacre de civis palestinos nos últimos cinco meses.

As táticas dos assessores do presidente dos EUA incluem evitar manifestantes em eventos, tornando-os menores, mantendo os locais exatos em segredo da mídia e do público até o último momento, evitando campus universitários e contratando uma empresa privada para filtrar os participantes, de acordo com a NBC.

Embora as táticas tenham funcionado e, nas últimas cinco semanas, não tenha havido um único incidente de tentativa de interferência nos discursos de Biden, segundo a NBC, a tática também teria desvantagens, incluindo o aparecimento de Biden diante de um número menor de eleitores potenciais, finalizou a NBC.

Os protestos nos Estados Unidos, incluindo grandes marchas em Washington, contaram com a participação de centenas de milhares de pessoas exigindo um cessar-fogo em Gaza, devido ao massacre de civis pelas tropas e bombas de Israel na Faixa de Gaza.

Fonte: Papiro