BC define nesta quarta (20) se mantém trajetória de queda da taxa de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central definirá, nesta quarta-feira (20), qual será a nova taxa de juros do país. A decisão será anunciada no fim do dia. Conforme tem sido sinalizado, a tendência é de corte de 0,50 ponto percentual, de maneira que caia de 11,25% para 10,75%. O atual patamar ainda é criticado pelo governo, que o considera um entrave para o crescimento do país.
Em entrevista concedida ao SBT na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os juros. “Não tem nenhuma explicação o juros da taxa Selic estar a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica, inflacionária. Não existe nada, nada, a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”.
Nesta terça-feira (19), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o BC deve olhar “para as necessidades e crescimento do país, enquanto cumpre a sua função institucional de controlar a inflação, que como já foi dito, depois de anos volta para dentro da banda da meta”.
Durante os sete primeiros meses de governo Lula, a taxa ficou em 13,25%. Se uma nova redução for confirmada, será a sexta desde agosto quando, após muita pressão do governo e de setores sociais e econômicos produtivos, finalmente o BC iniciou a trajetória de quedas. De acordo com as expectativas do mercado, a Selic deverá encerrar 2024 em 9% ao ano.
Apesar das últimas quedas —que fizeram com que o país tivesse a menor taxa desde desde março de 2022, quando estava em 11,75% —, o Brasil ainda figura entre os que ostentam os maiores juros reais do mundo. Segundo o portal MoneyYou, o país fica em segundo lugar, com juros real de 5,95%, abaixo apenas do México, com 6,49%.
A ata da mais recente reunião do Copom, ocorrida em janeiro, dizia que “em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Além disso, dizia o comunicado, “o Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
O Boletim Focus, do BC, divulgado nesta semana, elevou tanto a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) — que saiu de 1,78% para 1,80% — como, também, a da inflação — que passou de 3,77% para 3,79%. Ainda assim, a estimativa dos analistas para a inflação neste ano segue abaixo do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).