Foto: Beto Barata/PL

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, responderam às perguntas feitas pela Polícia Federal nos depoimentos, realizados na quinta-feira (22).

Os depoimentos de Bolsonaro e dos outros 22 investigados por participarem do planejamento de um golpe de Estado foram realizados simultaneamente para que eles não combinassem versões para as perguntas.

A maioria dos depoentes, incluindo o ex-presidente, ficou em silêncio e não respondeu às perguntas.

Anderson Torres, porém, falou com os investigadores por mais de 3 horas.

Seus advogados disseram que “todos os questionamentos estão sendo respondidos”.

Torres foi preso no dia 14 de janeiro de 2023 pela PF acusado de omissão diante dos atentados golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.

Quando do ataque do dia 8 de janeiro, ele era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas havia viajado para os Estados Unidos horas antes.

Presidente do Partido Liberal, ao qual Bolsonaro é filiado, Valdemar da Costa Neto também respondeu aos questionamentos da Polícia Federal por cerca de 3 horas e 40 minutos.

Valdemar usou o partido para apresentar um recurso denunciando, de forma mentirosa, uma fraude nas eleições presidenciais. Ele queria que somente o segundo turno fosse anulado. Já o primeiro turno, em que seus deputados foram eleitos, não foi questionado, apesar de terem sido usadas as mesmas urnas do primeiro.

O ex-assessor de Bolsonaro, Fillipe Martins, disse à PF que nunca teve contato com a minuta de decreto golpista que passou pelas mãos do ex-presidente.

Ele não ficou em silêncio no depoimento, mas negou as informações dadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em depoimento de colaboração premiada. Martins ainda negou que tenha participado de reuniões preparatórias para o golpe.

De acordo com Mauro Cid, a minuta de decreto previa a anulação das eleições e a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O texto da minuta, conforme contou Cid, foi levado para Bolsonaro por Fillipe Martins e pelo advogado Amauri Feres Saad. Jair pediu alterações, feitas por Martins, para depois apresentá-lo aos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Jair Bolsonaro, seus ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa), o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e outros militares, além do advogado Amauri Feres Saad, não responderam a nenhuma pergunta da Polícia Federal.

Fonte: Página 8