Senado dos EUA aprova mais armas para Israel com Rafah sob bombardeio | Foto: Abed Rahim Khatib/Anadolu Agency

O Senado dos Estados Unidos aprovou por 70 votos a 29 um projeto de lei que destina US$ 95,3 bilhões para as guerras de Biden na Ucrânia, Israel e “IndoPacífico”, na manhã desta terça-feira (13).

O projeto de lei inclui US$ 60 bilhões para manter a guerra por procuração da Otan contra a Rússia na Ucrânia, US$ 14 bilhões para Israel e o genocídio que vem perpetrando em Gaza e US$ 8 bilhões para provocações contra a China centradas em Taiwan.

Parte do dinheiro será usado para reabastecer os arsenais do Pentágono esvaziados pelo intenso fornecimento de armas aos neonazistas de Kiev – isto é, irá reabastecer os cofres do complexo industrial-militar de que Eisenhower alertara.

O projeto seguirá para a Câmara dos deputados, onde, segundo a Associated Press, o presidente Mike Johnson deixou claro que “pode levar semanas ou meses até que o Congresso envie a legislação para a mesa do presidente Joe Biden – se é que isso acontecerá”.

“Isso não está ajudando o povo da Ucrânia”, disse o senador republicano Ron Johnson. “Esta guerra está destruindo seu país, por que adicionar mais US$ 60 bilhões como combustível às chamas?”

“Esta lei provê Netanyahu mais US$10 bilhões em ajuda militar irrestrita para sua horrenda guerra contra o povo palestino. Isto é inconcebível”, disse o senador Bernie Sanders. Israel já recebeu mais de 10.000 toneladas de armas dos EUA desde o 7 de outubro.

A bancada republicana no Senado se dividiu, com 22 votando a favor do projeto de Biden, incluindo o líder da minoria, Mitch McConnell. “Hoje a história registrará que o Senado não pestanejou”, gabou-se McConnell. Votaram contra 26 republicanos e três democratas. Espera-se uma resistência maior na Câmara à aprovação.

Enquanto o mundo inteiro clama por deter o genocídio em Gaza, o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, comemorou: “Já se passaram anos, talvez décadas, desde que o Senado aprovou um projeto de lei que impacta tanto não apenas nossa segurança nacional, não apenas a segurança de nossos aliados, mas a segurança da democracia ocidental.”

Sinal dos tempos, o senador democrata Chris Van Hollen fez um discurso emocionante, segundo o Common Dreams, descrevendo as terríveis condições humanitárias em Gaza.

“As crianças em Gaza estão agora morrendo devido à retenção deliberada de alimentos. Além do horror dessa notícia, uma outra coisa é verdade, que é um crime de guerra. É um crime de guerra”, disse Van Hollen. “E isso faz com que aqueles que orquestram isso sejam criminosos de guerra.”

Apesar disso, Hollen votou pelo projeto dizendo que queria enviar “ajuda” ao regime de Kier.

Projeto anterior, que incluía cerca de US$ 20 bilhões para a repressão aos imigrantes na fronteira com o México, havia sido derrubado no Senado na semana passada, após declarações contrárias do ex-presidente Trump.

Para marcar posição contra o projeto e conclamar o país a se concentrar nos seus próprios problemas ao invés de enviar mais dinheiro para o exterior, o senador republicano Paul Rand esticou a sessão até não mais poder, durante a noite, prometendo falar ao plenário “até que o inferno congele”.

Parte dos republicanos argumentou que o financiamento a Tel Aviv e Kiev deveriam passar a ser na forma de empréstimos, não de “ajuda”.

Sinalizando um bloqueio, o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que tão cedo a Casa não iria apreciar o projeto, pois não inclui o que ele chama de disposições vitais de segurança nas fronteiras.

Ele havia dito na noite de segunda-feira: “Os republicanos da Câmara foram cristalinos desde o início das discussões que qualquer legislação suplementar de segurança nacional deve reconhecer que a segurança nacional começa em nossa própria fronteira”.

Fonte: Papiro