Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A luta para ampliar o espaço das mulheres nas diversas áreas do saber e de trabalho vem surtindo efeitos positivos. Um dos mais recentes é o aumento no número de selecionadas para a graduação em Ciência e Tecnologia, da Ilum Escola de Ciência, em Campinas (SP). Do total de aprovados na primeira chamada, 62,5% são mulheres e 37,5%, homens.

A instituição de ensino — que é gratuita e interdisciplinar — integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), sob supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).  

Do total dos convocados, 42,5% são da Região Sudeste; 30%, do Nordeste; 15%, do Centro-Oeste; 10%, do Sul; e 2,5%, do Norte. A terceira edição do processo seletivo anual teve recorde de interessados, com 3,9 mil inscrições, de todas as regiões do país, o que resultou em uma média de 97,5 candidatos por vaga, em 2024.

De acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no  Brasil, as mulheres correspondem a apenas três de cada dez ocupações nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática — no entanto, elas são 44% da força de trabalho, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Investimentos nas mulheres

Desde que chegou ao MCTI, em janeiro de 2023, a ministra Luciana Santos — primeira mulher a comandar a pasta — tem se empenhado para ampliar a participação feminina nessa área, bem como promover a igualdade racial, fundamentais para a superação das diversas iniquidades e exclusões que marcam a história brasileira. 

“É fundamental fortalecer os instrumentos que dispomos e avançar na construção e implementação de mecanismos capazes de democratizar e garantir a participação feminina, de forma permanente, nos ambientes de pesquisa e desenvolvimento”, diz Luciana. 

Por isso, o ministério tem colocado em prática políticas públicas voltadas para a inclusão, permanência e ascensão de meninas e mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação. Um desses projetos é o Futuras Cientistas, desenvolvido pelo Cetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), que tem como objetivo contribuir para o crescimento de jovens de escolas públicas nessa área e promove ações para combater as barreiras sistêmicas que impedem uma maior participação feminina em frentes como as de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. 

O MCTI também possui outros programas como o Mulheres Inovadoras, iniciativa que, junto com a Finep, busca estimular startups lideradas por mulheres, de forma a contribuir para o aumento da representatividade feminina no cenário empreendedor nacional.

A pasta vem promovendo também ações focadas nas mulheres negras e outros grupos étnicos, cujas dificuldades de acesso ao ensino e ao trabalho na ciência são ainda maiores. Uma dessas iniciativas foi a Chamada Beatriz Nascimento, que destina bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas. Lançada no final do ano em parceria com os ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e e dos Povos Indígenas, engloba investimentos de R$ 6 milhões. 

Outra medida é o edital Meninas e Mulheres na Ciência, com destinação de 30% das bolsas para meninas negras ou indígenas. Com investimento de R$ 100 milhões, a chamada busca estimular o ingresso e formação de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação. 

Com Agência Brasil e MCTI

(PL)