Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, pediu o compartilhamento das provas do envolvimento de Jair Bolsonaro e aliados na tentativa de golpe de Estado com uma investigação civil para reparação de danos.

Anselmo Cordeiro Lopes também apontou que o ex-procurador-geral da República, o bolsonarista Augusto Aras, atrapalhou o trabalho preventivo do MPF até contra os acampamentos golpistas em frente aos quartéis do Exército.

No documento, o procurador pede as provas que envolvam o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Braga Netto, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, os ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier Santos, e do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outros aliados.

Também são citados os envolvidos na tentativa de explodir um caminhão-tanque no dia 24 de dezembro, George Washington, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza.

“Considerando que os riscos que se procuraram evitar” pelo MPF de forma preventiva “terminaram por se consolidar em danos efetivos, o presente procedimento passou a verificar a responsabilidade dos principais agentes atuantes na tentativa de golpe ocorrida no país”, argumentou o procurador.

Na peça, ele destaca que Augusto Aras atrapalhou o trabalho preventivo do MPF contra os atos antidemocráticos.

“No caso do Rio de Janeiro, (…) o Dr. Augusto Aras não somente se negou a compartilhar provas sobre investigações de atos antidemocráticos como também teria representado à Corregedoria-Geral do MPF contra procuradores da República lotados no Rio de Janeiro que atuavam contra a prática de tais ações”, afirmou o procurador Anselmo.

“Igualmente inibiu a atuação conjunta de procuradores da República em diversos estados da Federação, que buscavam combater ações e iniciativas golpistas em assentamentos ilegais presentes em frente a quartéis militares”, continuou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou operações da Polícia Federal contra o grupo golpista por conta das provas que já foram obtidas, como vídeos de Bolsonaro orientando seus ministros a mentirem sobre o processo eleitoral e mensagens de membros do governo defendendo golpe.

Fonte: Página 8