Prédio da organização Médicos Sem Fronteiras após bombardeio de Israel | Foto: Mohammed Abed/AFP

Israel bombardeou um prédio da organização da Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (20), matando duas pessoas. “Esta noite, as forças israelenses realizaram uma operação em Al Mawasi, Khan Younis, Gaza, onde um abrigo que abrigava funcionários de MSF e suas famílias foi bombardeado”, denunciaram os médicos, acrescentando: “nos encontramos horrorizados com o que aconteceu”.

“Embora ainda estejam sendo conhecidos os detalhes, equipes de ambulâncias chegaram ao local, onde pelo menos dois parentes de nossos colegas morreram e seis pessoas ficaram feridas”, assinalaram.

De acordo com o Ministério de Saúde palestino, desde a primeira semana de outubro, o número de inocentes assassinados pelos bombardeios israelenses alcançou a 30 mil, sendo que outros 70 mil encontram-se feridos, muitos deles mutilados ou à beira da morte pela falta de medicamentos.

Técnicos da Organização das Nações Unidas (ONU) projetam que mais de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelo ataque israelense, enquanto todos os palestinos sofrem de insegurança alimentar. Centenas de milhares de pessoas ficaram completamente desabrigadas pela destruição de mais da metade das moradias, e muitas sofrem com a falta de energia, remédios e água potável. Além disso, depois do começo do conflito, menos da metade dos caminhões de socorro sequer podem entrar em território palestino.

Diante do montante e a continuidade de crimes cometidos, o Tribunal Internacional de Justiça acusou o governo do primeiro-ministro de Israel de Benjamin Netanyahu de estar agindo como um “genocida”. Uma decisão provisória divulgada no mês de janeiro ordenou que Tel Aviv cessasse os atos de extermínio e aniquilamento dos palestinos, e passasse a tomar medidas que garantissem a assistência humanitária aos civis em Gaza.

Mais cedo na terça-feira, a MSF divulgou uma nota em que solicitava uma proteção e evacuação segura de pacientes do hospital Nasser, que fica em Khan Younis, na região sul de Gaza, onde as operações de extermínio de Israel são mais intensas. Conforme a organização, 130 pacientes e 15 profissionais de saúde continuam encurralados dentro do hospital sem eletricidade e com alimentação limitada, após ataque conduzido por Israel.

O governo do hitlerista Netanyahu e dos fanáticos Smotrich e Gvir tenta se desculpar por mais este crime dizendo que o intuito foi resgatar corpos de reféns israelenses.

“Quatro dias após o ataque, MSF ainda não recebeu notícias de dois de nossos funcionários que estavam no hospital no momento do ataque. Um que está desaparecido, e outro que foi detido em um posto de controle pelas forças israelenses enquanto tentava deixar o hospital Nasser”, sublinhou a MSF.

Fonte: Papiro