Ahmed Gheit: “forçar palestinos a fugir para o Egito é crime de ‘limpeza étnica’ de Israel” | Foto: Divulgação

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, alertou sobre as consequências dos planos do exército israelense de deslocar centenas de milhares de pessoas da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde 1,4 milhão de palestinos estão refugiados, advertindo que esses planos constituem uma séria ameaça à estabilidade regional.

Diante de tal situação, Aboul Gheit exortou a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a intervirem urgentemente para “prevenir a expansão da agressão e dos crimes de genocídio em Rafah”.

“O mundo deve prestar atenção a este perigoso projeto, promovido pela extrema direita israelense que quer esvaziar Gaza dos seus habitantes através de uma política de limpeza étnica”, destacou neste domingo (11) o líder da organização que compreende vinte e dois Estados árabes.

Aboul Gheit afirmou que forçar estes cidadãos a fugir de Gaza para o Egito é uma violação do direito internacional e, além disso, ultrapassa as linhas vermelhas da segurança nacional daquele país árabe.

Condenando essa disposição, denunciou que vários ministros do gabinete de Netanyahu não escondem as suas intenções de provocar uma deportação em massa e a recolonização da área pelos israelenses.

MASSACRES DA OCUPAÇÃO ISRAELENSE

“Consideramos a ocupação israelense totalmente responsável pelos massacres e derramamento de sangue que não poderiam parar no caso de uma incursão”, afirmou a instituição num comunicado.

A União Europeia (UE) e a Organização das Nações Unidas (ONU) expressaram preocupação sobre a operação e até os Estados Unidos, supostamente, teriam alertado Israel de que uma invasão de Rafah seria um “desastre”, enquanto grupos de ajuda humanitária dizem que não é possível evacuar todas as pessoas da cidade.

Depois do ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro, Israel não se limitou a atingir o grupo e iniciou ataques massivos contra instalações civis e outras instalações em Gaza, ao mesmo tempo que impôs um bloqueio total ao enclave palestino, cortando o fornecimento de água, alimentos, medicamentos, eletricidade e combustível.

O Serviço de Segurança Palestino (SSP) afirmou que desde o início da guerra, mais de 28.100 pessoas foram mortas e mais de 67.700 ficaram feridas.

Fonte: Papiro