“Governo não negocia e insiste em reajuste zero”, denunciam docentes federais
Em mais uma rodada de negociação com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) sobre a reestruturação das carreiras do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), os docentes saíram frustrados após os representantes do governo não avançarem nas pautas do setor.
De acordo com os dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), além de reafirmar o reajuste zero para 2024, o governo nem sequer debateu as propostas para a carreira apresentadas pela entidade.
“Desorganização e ausência de respostas”, afirma a entidade sobre a reunião com representantes do ministério na quinta-feira (22). A entidade afirma que nesta terceira rodada da Mesa Específica e Temporária da Carreira “o governo deveria apresentar uma resposta às propostas protocoladas pelas entidades sindicais, entre elas o ANDES-SN, acerca da reestruturação das carreiras”, conforme o Plano de Carreira e Cargo de Professor Federal entregue pelo sindicato ao ministério em outubro, mas que no encontro, nada aconteceu.
“Os representantes do MGI e do Ministério da Educação propuseram, apenas, a aplicação, de forma linear, do índice de 9%, parcelado em 2025 e 2026, sobre a malha das carreiras MS e EBTT. Além disso, reafirmaram o reajuste zero para 2024”, afirma o Andes.
“Os representantes do governo demonstraram total despreparo e desconhecimento dos princípios que deveriam nortear as nossas carreiras”, criticou Clarissa Rodrigues, 2ª vice-presidenta da Regional Leste do ANDES-SN. “Após mais de um ano de governo, essa foi mais uma mesa de enrolação”, acrescentou a diretora, que também integra a coordenação nacional do grupo de trabalho de Carreira do Sindicato Nacional.
Segundo Clarissa, o 42º Congresso do ANDES-SN, que acontece a partir de segunda-feira (26), irá debater a carreira docente e estratégias de luta da categoria. “A discussão sobre carreira estará presente em nosso congresso. É importante avançarmos na compreensão da nossa proposta de carreira e intensificar a mobilização para forçar a negociação com o governo, tanto sobre reajuste, em conjunto com as demais categorias que compõem o Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Federais (Fonasefe), quanto sobre a reestruturação da nossa carreira”, afirmou.
Na próxima quarta-feira (28), o Fonasefe, o Fórum Nacional de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e centrais sindicais se reúnem novamente com o MGI para discutir o reajuste salarial e demais pautas unificadas do funcionalismo federal.
Fonte: Página 8