Prédio bombardeado por Israel em Rafah | Foto: Said Khatib/AFP

Mais de 100 palestinos foram assassinados e 230 feridos em Rafah por pelo menos 50 ataques aéreos realizados por Israel entre domingo e segunda-feira (11 e 12). A maioria dos corpos é de mulheres e crianças.

Após concentrar 1,7 dos 2,3 milhões de palestinos na cidade do sul de Gaza, fronteira com o Egito, o regime sionista dá mais um passo em seu criminoso extermínio com bombardeios a casas, escolas, hospitais e mesquitas que já custaram a vida de 28.300 pessoas desde o início de outubro de 2023.

Sem água, luz nem medicamentos, as autoridades hospitalares lançaram uma campanha em busca de solidariedade.

Os bombardeios ocorrem sob as ordens públicas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que descreveu Rafah, superpovoada, como “o último bastião” da resistência do Hamas.

O alto representante da União Europeia para Assuntos Exteriores, Josep Borrell, manifestou-se “extremamente preocupado” pelas ameaças de Netanyahu continuar despejando bombas contra Rafah, sem qualquer plano abrindo passo ao assassinato generalizado.

Diante do reclamo mundial contra o genocídio cada vez mais visível, o governo israelense fala de “evacuar a população civil” e o local indicado, segundo matéria da jornalista israelense Amira Hass para o jornal Haaretz, é uma localidade denominada de Al Mawasi, uma área de 16 quilômetros quadrados, o que significaria segundo os seus cálculos uma concentração de 63 pessoas por metro quadrado.

Aí ficariam amontoadas, caso se deslocassem para lá, pessoas famintas, sedentas, feridas, sem as menores condições de higiene, com doenças infecciosas e ouvindo o choro de crianças e bebês.

Como acrescentou Borell, ao “lançarem uma ofensiva contra uma zona densamente povoada com mais de 1,7 milhões de pessoas, elas se chocarão contra um muro e não poderão escapar”.

NETANYAHU COLOCA EM RISCO ACORDO DE PAZ COM EGITO

Desde este domingo, o governo egípcio tem exigido que Israel não ataque Rafah (cidade de Gaza que faz fronteira com o Egito) e declarado que, se levado a cabo o ataque massivo previsto por Netanyahu, o Egito vai romper com o tratado de paz assinado em Begin e Sadat sob o apoio de Jimmy Carter em 1977. Há informações de que Cairo já começou a deslocar tanques para a região. Segundo o jornal Times of Israel, já foram deslocados para o Sinai, que faz fronteira com Rafah, mais de 40 tanques além de blindados com tropas.

TRIBUNAL HOLANDÊS ALERTA PARA “CRIMES DE GUERRA”

Diante do genocídio e da profunda devastação provocada pelos israelenses, um tribunal dos Países Baixos determinou nesta segunda-feira que seu governo pare com todas as exportações de peças de aviões de combate F-35 a Israel, apontando uma flagrante violação do Direito Internacional.

A decisão ocorreu depois que três organizações de Direitos Humanos apresentaram uma queixa contra as autoridades do país europeu, diante da criminosa ação militar israelense em Gaza. Os demandantes argumentaram que a entrega de peças para essas aeronaves militares converte os Países Baixos em “cúmplice de possíveis crimes de guerra”.

O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, alertou que qualquer invasão terrestre israelense à Rafah traria “terríveis consequências” e “suspenderia efetivamente” o tratado de paz em vigor desde 1979 entre os dois países. Nos últimos dias, autoridades egípcias informaram que seu país redistribuiu dezenas de tanques de batalha principais M60A3 Patton e veículos de combate de infantaria YPR-765 perto da passagem de fronteira de Rafah.

Fonte: Papiro