Comitiva brasileira com presidente cubano. Foto: Juliana Uepa/MinC

A 32ª Feira Internacional do Livro de Havana (FILH 2024), em Cuba, tem o Brasil como país convidado de honra. O evento começou na quinta-feira (15) e vai até domingo (25) com o tema “Ler é Construir Identidade”.

A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes esteve na abertura da Feira e ressaltou a importância da cooperação diplomática entre os países, em especial na área cultural, e falou das políticas culturais implementadas no Brasil.

Para fortalecimento das trocas, o MinC doou 6 mil livros de literatura brasileira traduzidos para o espanhol. O ato ocorreu durante a inauguração do Pavilhão do Brasil com a presença do presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

“Ler é um ato revolucionário. Por meio da leitura dos livros e da literatura podemos ter contato com o nosso mundo e com o mundo dos outros”, afirmou a ministra.

Ainda foi assinado um Memorando de Entendimento (MoU) que trata de cooperações culturais entre os países. O momento contou com apresentações de músicos brasileiros.

A FILH 2024 homenageia nesta edição a filósofa e pesquisadora, Isabel Monal, e o escritor e professor de arte, Francisco López Sacha.

Feira Internacional do Livro de Havana. Foto: Juliana Uepa/MinC

Comitiva

A comitiva brasileira conta com representantes escolhidos por comissão formada por representantes do MinC, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e do Instituto Guimarães Rosa, do Ministério das Relações Exteriores.

Constam na lista: Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz, Elisa Lucinda, Emicida, Frei Betto, Jarid Arraes, Jeferson Tenório, Marcelo D’ Salete, Márcia Kambeba, Cidinha da Silva, Graça Graúna, Otávio Júnior, Socorro Acioly e Patricia Melo, além dos quadrinistas Ana Luiza de Souza Freitas, Gidalti Oliveira Moura Júnior, Alcimar Mendes Frazão, João Carlos Pires Pinheiro, Sirlene Francisco Barbosa e Luciana Falcon Anselmi.

Painel “É tudo pra ontem: a criação literária de Conceição Evaristo e Emicida”. Foto: Juliana Uepa/MinC

Retomada das relações com Cuba

A bela deferência de Cuba para o Brasil nesta Feira do Livro é mais um capítulo da importante retomada das relações entre os países.

Após Bolsonaro cortar relações com a ilha, o presidente Lula tem trabalhado para revitalizar a histórica relação harmônica com os cubanos.

O primeiro encontro de Lula, em seu terceiro mandato como presidente, com Miguel Díaz-Canel ocorreu em janeiro de 2023, durante a 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada na Argentina. Na ocasião, um dos pedidos da Cúpula, na Declaração de Buenos Aires, foi pelo fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.

Em abril do mesmo ano, Canel foi reeleito presidente do país caribenho. Já no mês de junho, o presidente brasileiro se encontrou novamente com o cubano em Paris, onde participaram da Cúpula para o Novo Pacto Global, retomando de vez a relação entre os Estados.

No mês de agosto, o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim esteve em Cuba a pedido de Lula para traçar contribuições em diversas áreas, entre elas na agropecuária e saúde. O país caribenho foi fundamental na contribuição para o início do Programa Mais Médicos.

A visita antecipou o envio de técnicos de vários setores e antecedeu a missão da Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Os empresários brasileiros estiveram nos encontros da Apex em setembro para observar mecanismos de ampliação das exportações. Os encontros na ilha começaram antes das reuniões do G77 + China e continuaram durante as reuniões do grupo que reuniu dezenas de líderes mundiais.

Lula esteve Havana para o G77 que teve em sua declaração conjunta uma crítica ao monopólio das Big Techs, as gigantes da tecnologia, como Google, Facebook e Apple.

Nesta viagem Lula se encontrou novamente com presidente cubano Díaz-Canel e com Raúl Castro, um dos líderes da Revolução Cubana e ex-presidente do país caribenho. No encontro entre os líderes o presidente brasileiro afirmou que “Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa, e até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal”. E continuou: “O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.”

Saiba mais sobre a 32ª Feira Internacional do Livro de Havana.

Visitas à Casas de Cultura em Havana. Foto: Juliana Uepa/MinC

*Com informações Agência Brasil e MinC