Presidente da União Africana, Zali Assoumani | Foto: X

Apoiei a queixa que a África do Sul apresentou à Corte Internacional, denunciando o genocídio que Israel está cometendo na Palestina”, declarou o presidente da União Africana, Azali Assoumani, ao discursar na cerimônia de abertura do encontro de cúpula da organização.

O presidente da União Africana já havia, no início do ano, apoiado a iniciativa do governo da África do Sul, que pediu à Corte Internacional de Justiça que reconhecesse que Israel violou a convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para prevenção e repressão ao genocídio e ordenasse o imediato cessar-fogo na região.

“A comunidade internacional não pode fechar os olhos a tais atrocidades, que não só criam o caos na Palestina, mas também têm consequências desastrosas para o resto do mundo”, acrescentou o presidente da União Africana, destacando que a paz continental depende, também, de que outras partes do planeta não estejam conflagradas”, acrescentou Assoumani que também preside a União das Ilhas Comoros.

“Assim, apelo a nossa conferência para que contribua para pôr fim ao sofrimento do povo palestino e continue apoiando os esforços destinados a estabelecer dois estados, israelense e palestino, vivendo lado a lado, em paz e estabilidade”, acrescentou.

Assoumani foi intensamente aplaudido ao falar ao lado do primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, neste sábado, 17, durante a 37ª Cúpula da União Africana, realizada na capital etíope de Adis Abeba.

Shtayyeh destacou que as pessoas que vivem na Faixa de Gaza necessitam receber ajuda humanitária com urgência e que a situação na região do conflito é pior do que o que vem sendo divulgado, com ao menos 30 mil mortos, 70 mil feridos e em torno de 9 mil desaparecidos.

A declaração dele foi seguida por apoios de diversos líderes do Continente Africano.

Moussa Faki, que preside a Comissão da União Africana, destacou que a agressão israelense é a “mais flagrante violação da legislação humanitária internacional” e acusou Israel de estar “exterminando os habitantes de Gaza”.

“Fique certo de nós condenamos firmemente estes ataques que são sem precedentes na história da humanidade e queremos reiterar nossa solidariedade ao povo da Palestina”, disse Faki, sob aplausos, ao se dirigir o premiê palestino.

LULA SOLIDÁRIO COM OS PALESTINOS

Presente à cerimônia de abertura da 37ª Cúpula da União Africana, o presidente Lula também condenou a “desproporcional” retaliação israelense aos ataques que o grupo Hamas deflagrou em território israelense, em 7 de outubro de 2023.

“Ser humanista, hoje, implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe, igualmente, o rechaço à resposta desproporcional de Israel, que já vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza – em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado de mais de 80% da população”, discursou Lula, defendendo a criação de um estado palestino que seja reconhecido pela ONU.

“A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino. Um Estado palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas”, acrescentou Lula, que, pouco tempo antes, tinha se reunido com o primeiro-ministro palestino Shtayyeh.

Fonte: Papiro