Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal encontrou provas de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo de Jair Bolsonaro, imprimiu relatórios sobre o delegado que conduzia a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

As informações são do jornal O Globo.

Os relatórios foram impressos por Marcelo Bormevet, policial federal que foi cedido à Abin na gestão de Alexandre Ramagem, em setembro de 2020

Os documentos eram sobre o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Daniel Freitas. Ainda em setembro de 2020, Daniel Freitas foi afastado do caso por Allan Turnowski, que assumiu a chefia da Polícia Civil.

Em junho de 2021, outro agente da Abin, Felipe Arlotta, imprimiu documentos acerca da federalização da investigação, que tinha sido solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e negada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no ano anterior.

Arlotta foi o agente que, sob ordens de Alexandre Ramagem, organizou uma espionagem ilegal contra o personal trainer de Jair Renan, filho do ex-presidente, para produzir provas que beneficiassem Jair Renan em uma investigação sobre tráfico de influência.

Com auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU), a PF também identificou que o próprio Alexandre Ramagem, que virou chefe da Abin por indicação de Jair Bolsonaro, imprimiu, em 2019, “algumas anotações sobre a investigação em curso”, referindo-se ao caso Marielle Franco.

Essas novas provas se somam ao fato de que Alexandre Ramagem imprimiu o currículo da promotora do caso, Simone Sibilio, que coordenava o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Simone Sibilio também foi monitorada pela Abin através do programa israelense First Mile, que invade a rede de telefonia para mostrar a localização de qualquer aparelho celular.

Para os investigadores, a organização criminosa que criou uma “Abin paralela” contava com um “núcleo político” do qual fazia parte o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho de Jair.

Foram encontradas mensagens de Carlos pedindo, através de uma assessora, informações sigilosas para Ramagem.

Fonte: Página 8