Argentina caminha para ter a maior inflação do mundo, aponta OCDE
A Argentina do presidente ultraliberal Javier Milei já tem em seu horizonte uma perspectiva extremamente preocupante. De acordo com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a inflação do país em 2024 deve explodir.
A Organização havia projetado em novembro uma inflação terrível de 157,1%. No entanto, após a aprovação das medidas contidas na “Ley Ómnibus”, ainda que desidratada, a OCDE revisou a previsão agora em fevereiro e a inflação deve piorar e ir a 250,6%.
Isto significa que os argentinos terão que conviver com a maior inflação do planeta, seguidos bem de longe pela Turquia (49,26%) com a segunda maior inflação.
A correção preocupante para os argentinos se deve à disparada da inflação em dezembro, que foi para 25,5% e deve repetir o alto patamar em janeiro. O resultado fez com que a inflação alcançasse os atuais 211% ao ano, pior resultado desde 1991.
A inflação neste exorbitante patamar alcançada pela política assumida por Milei ainda tem como efeito a queda do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina. A OCDE projeta uma retração do PIB em – 2,3%, devida a alta inflação combinada com o ajuste fiscal promovido pelo governo e a desvalorização do peso.
Nesse sentido, Milei tem cumprido com a primeira parte do que falou em seu discurso de posse, quando disse que a situação do país iria piorar no curto prazo. Agora resta saber se com tantas perspectivas negativas ele terá forças para resistir no governo antes de colher algum improvável fruto de suas ações, uma vez que tem afundado a população na pobreza.
Ainda que as perspectivas da OCDE para a Argentina sejam mais otimistas para 2025, a população tem demonstrado forte insatisfação com o novo governo. Além das manifestações contrárias aos 382 artigos restantes da “Ley Ómnibus”, que agora são votados um a um, os argentinos devem intensificar os atos contra as políticas de Milei, começando por protestos contra a fome.
Na segunda-feira (5), a população realizou um protesto contra a ministra do Capital Humano do país, Sandra Pettovello, que disse que atenderia a todos que tem fome. Os manifestantes formaram uma longa fila que ocupou mais de 30 quarteirões em frente ao gabinete da ministra, que, obviamente, não recebeu ninguém.
O protesto não teve ocorrências policiais, mas a repressão às manifestações tem sido constante com o governo Milei e foram alvo de repúdio de parlamentares brasileiros. Ele tentou emplacar na Ómnibus, uma medida de criminalização de manifestações em locais públicos, porém este artigo foi um dos derrubados, devido à polêmica que gerou.