Créditos: Rede X / Israel Katz. Reprodução: Fórum

O universo da diplomacia tem passado por situações atípicas promovidas pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel. Depois de realizar um espetáculo grotesco com o embaixador brasileiro Frederico Meyer como parte do marketing de guerra, o chanceler Israel Katz tem utilizado as redes sociais para provocar o governo brasileiro e o presidente Lula.

Na última sexta-feira (23), Katz publicou ilustração que representa brasileiros e israelenses abraçados com as bandeiras dos países ao fundo. No texto colocou, “Ninguém vai separar nosso povo – nem mesmo você Lula. Shabat Shalom!”, em mensagem feita em português e em hebraico.

A postagem não foi feita à toa, uma vez que no final de semana ocorreu manifestação, em São Paulo, do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo qual a extrema-direita israelense é alinhada. No ato, Bolsonaro sugeriu em discurso ter conhecimento de minuta golpista para evitar a posse de Lula – praticamente uma confissão.

Depois do evento, Katz voltou às redes para agradecer os bolsonaristas que levaram para a manifestação bandeiras de Israel. É interessante observar que grande parte dos manifestantes de extrema-direita utilizavam bandeiras com pentagramas, ao invés da estrela de Davi de seis pontas – o que demonstra total desconhecimento sobre os símbolos que utilizam.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Inclusive viralizou uma entrevista em que uma senhora demonstrou desconhecimento sobre a origem judaica, atribuindo aos israelenses o cristianismo: “somos cristãos, assim como Israel”, disse. Veja:

Na sua postagem sobre o ato, o ministro israelense disse, em outra provocação: Muito obrigado ao povo brasileiro por apoiar Israel. Nem Lula conseguirá nos separar”.

Novamente o chanceler mostrou desequilíbrio ao não saber separar as predileções de seu governo com o trabalho diplomático, que deve ser orientado pelo fortalecimento das relações bilaterais e pelas boas práticas pregadas pelas relações internacionais.

No meio da chancelaria as táticas de Israel são denominadas de forma pejorativa como diplomacia de TikTok – expressão originada dentro do próprio país por opositores do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Apesar dos posicionamentos lamentáveis adotados pela diplomacia de Israel, não chegaram ao ponto de autorizar a ida do embaixador no Brasil, Daniel Zonshine, ao ato na Avenida Paulista.

No entanto, as constantes provocações de Katz devem ser observadas de perto, pois caminham para uma situação que pode se tornar insustentável.