Bombardeio israelense chega à fronteira do Egito onde fica a passagem de Rafah | Foto: Flash90

O governo da África do Sul apresentou um “pedido de urgência” ao Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) para que adote medidas contra o ataque a cidade de Rafah, diante da catástrofe iminente pois há uma concentração de um milhão e setecentos mil palestinos em um território de 16 quilômetros quadrados que fica sujeita a desumano bombardeio israelense.

Para embasar o pedido junto à Corte de Haia, o governo sul-africano ressaltou as incontestáveis “motivações genocidas” do Estado de Israel contra o povo palestino.

O porta-voz oficial da presidência do país africano, Vincent Magwenya, disse que seu povo e seu governo aguardam uma “rápida resposta do tribunal, uma vez que são contínuos e repetitivos os assassinatos de palestinos”. Ele explicou que suas expectativas são “baseadas em fatos”, comprovados diariamente no morticínio que acontece desde o início de outubro.

Mundialmente condenada, a covarde ação israelense já forçou o deslocamento de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, a maior parte indo se concentrar em Rafah, antes dita pelos próprios agressores como “território seguro”.

No mês passado, o Tribunal Internacional de Justiça ordenou que o governo de Netanyahu tomasse todas as medidas necessárias para evitar que suas forças de ocupação seguissem bombardeando no que denominou de “todas as medidas para evitar o genocídio”. Israel, ao contrário, tem elevado a ameaça  à vida dos palestinos de Gaza.

O governo da África do Sul reiterou “expressar sua profunda preocupação porque o ataque militar sem precedentes contra Rafah já provocou assassinatos, danos e destruição generalizados e levarão a mais” caso não sejam barrados.

A declaração acrescenta que o ataque a Rafah representaria uma violação grave e irreparável à Convenção do Genocídio e da ordem judicial emitida pelo Tribunal em 26 de janeiro.

Horas antes o Representante Permanente da África do Sul junto às Nações Unidas, Marthinus van Schalkwyk, confirmou que os novos ataques israelenses ignoram as decisões das medidas cautelares tomadas pelo mais alto órgão de Justiça contra Israel há duas semanas.

MAIS MORTE NA FAIXA DE GAZA

O número de mortos palestinos no território sob ocupação, desde 7 de outubro, aumentou para 28.663, informou nesta quinta-feira (15) o Ministério da Saúde de Gaza. Outras 68.395 pessoas ficaram feridas pelos bombardeios.

“Pelo menos 87 pessoas foram mortas e outras 104 ficaram feridas em ataques israelenses nas últimas 24 horas. Muitas pessoas ainda estão presas sob os escombros e nas estradas e as equipes de resgate não conseguem alcançá-las”, esclarece o Ministério da Saúde.

Fonte: Papiro