Uma pesquisa do Instituto AtlasIntel mostra que a maioria dos brasileiros não simpatiza com Jair Bolsonaro (PL) – mas a associação do ex-presidente a práticas golpistas ainda é parcial. Conforme o levantamento, que foi divulgado neste sábado (10), há uma pequena diferença entre os que teriam apoiado um Estado de Sítio e os que não teriam apoiado.

Nesta semana, a Operação Tempus Veritatis, organizada pela Política Federal com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), mostrou como seria o golpe tramado em 2022. Ainda na Presidência da República, Bolsonaro cogitava declarar Estado de Sítio após o segundo turno das eleições presidenciais para prender ministros do STF e convocar novas eleições.

Para 46,5% dos brasileiros, Bolsonaro planejou um golpe de Estado, aponta a pesquisa. Já 36,8% acreditam que não houve planos nesse sentido. Questionados se o Estado de Sítio constituiria um golpe, 46,9% concordam, ante 32,8% que discordam.

O dado mais impressionante da pesquisa diz respeito à posição dos brasileiros caso o golpe tramado por Bolsonaro tivesse se viabilizado: 41,3% não teriam apoiado o Estado de Sítio, mas 36,3% apoiariam. Embora sejam minoritários, mais de um terço dos eleitores embarcariam no golpe.

Da mesma maneira, 42,2% creem que Bolsonaro está sendo perseguido, pouco mais que os 40,5% que não vê perseguição. Ainda assim, 46% aprovam as investigações sobre o papel do ex-presidente. Já sobre uma eventual prisão de Bolsonaro, há um empate técnico: 42% são a favor e 42% são contrários.

A pesquisa AtlasIntel ouviu 1.615 eleitores, entre quinta (8) e sexta-feira (9), em todas as regiões do Brasil, com o polêmico método de recrutamento “durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados”. A margem de erro é de dois pontos percentuais.