População foi às urnas na ilha de Taiwan no sábado, 13 | Foto: Sam Yeh/AFP/CP

O candidato Lai Ching-te do Partido Democrático Progressista, atualmente no poder, venceu a eleição presidencial da ilha de Taiwan realizada neste sábado (13) mas perdeu a maioria absoluta no Parlamento. Segundo dados da Comissão Central Eleitoral, a participação nas urnas foi de 69,8% e a posse do eleito ocorrerá em 20 de maio.

Lai Ching-te obteve 40,05% dos votos, seguido pelo candidato do partido de oposição Kuomintang, Hou Yu-ih, empenhado em retomar o diálogo com Pequim e reduzir a tensão com a China continental, com 33,49%. O terceiro lugar, por sua vez, foi ocupado pelo representante do Partido Popular de Taiwan, Ko Wen-je, mais próximo ao diálogo com Pequim, com 26,45% das preferências eleitorais.

No primeiro discurso após o anúncio da sua vitória, Lai Ching-te prometeu proteger a ilha do que chamou de “ameaças e intimidações da China continental” e declarou em seguida, que pretende “manter o status quo no Estreito de Taiwan e usar o diálogo em vez do confronto”. Lai afirmou ainda que, sob sua administração, Taiwan procurará o diálogo com Pequim “se houver paridade”.

DIALOGAR COM A CHINA PARA CRIAR AMBIENTE PACÍFICO

“Taiwan quer dialogar e cooperar com a China para o benefício dos povos de ambos os lados do Estreito [de Taiwan] para criar um ambiente pacífico e próspero”, acrescentou Lai.

O governista Partido Democrático Progressista perdeu a maioria absoluta no Parlamento de 113 cadeiras. Segundo dados da Agência Central de Notícias de Taiwan, o PDP conquistou um total de 51 assentos no Yuan Legislativo – como é denominado o Parlamento – enquanto o oposicionista Kuomintang conquistou 52. Em terceiro lugar ficou o Partido Popular de Taiwan, com 8 assentos.

A Agência observou que, pela primeira vez desde 2004, nenhum partido obteve maioria parlamentar, o que exige um mínimo de 57 assentos.

REUNIFICAÇÃO SOB PRINCÍPIO DE ‘UM PAÍS, DOIS SISTEMAS’

Chen Binhua, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, disse que os resultados revelam que o Partido Democrático Progressista não consegue representar a opinião pública dominante na ilha.

Chen disse que as eleições não mudarão o cenário básico e a tendência de desenvolvimento das relações através do Estreito, não alterarão a aspiração partilhada dos compatriotas através do Estreito de Taiwan de forjar laços mais estreitos e não impedirão a inevitável tendência da reunificação da China.

“Nossa posição sobre a resolução da questão de Taiwan e a realização da reunificação nacional permanece consistente e nossa determinação é firme como uma rocha”, disse Chen.

A política fundamental do governo chinês em relação a Taiwan é a reunificação pacífica sob o princípio de um país, dois sistemas, acrescentou.

“Aderimos ao Consenso de 1992 que incorpora o princípio de Uma Só China e nos oporemos firmemente às atividades separatistas que visam a ‘independência de Taiwan’, bem como à interferência estrangeira”, declarou Chen.

O Porta-voz Chen concluiu dizendo que a parte continental trabalhará com partidos políticos, grupos e pessoas relevantes de vários setores em Taiwan para impulsionar os intercâmbios e a cooperação através do Estreito, melhorar o desenvolvimento integrado, promover conjuntamente a cultura chinesa e promover o desenvolvimento pacífico das relações, bem como a causa da reunificação nacional.

Fonte: Papiro