Chanceler francesa,Caterine Colonna, exige respeito de Israel às leis humanitárias | Foto: Stephanie Lecocq/Challenges

Ministra do Exterior da França, Caterine Colonna, denunciou como “irresponsáveis” e contra a paz as palavras dos ministros colonos Smotrich e Gvir em prol da “saída voluntária” de palestinos de Gaza sob bombardeio indiscriminado.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, denunciou como “irresponsáveis” as declarações de ministros israelenses que afastam a possibilidade de uma solução ao conflito, pois Israel não tem o direito de determinar o futuro de Gaza.

Na sexta-feira (5), Colonna comentou as declarações extremistas e racistas feitas pelo chefe de colonos judeus na Cisjordânia, o atual ministro das Finanças do governo de Netanyahu, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que incitam ao assalto de terras palestinas, sugerindo ‘incentivo’ à emigração dos habitantes do enclave debaixo de bombas e chamando a expulsão de “saída voluntária”.

 “Esses apelos são irresponsáveis ​​e nos afastam de uma solução. Precisamos voltar ao princípio do direito internacional e respeitá-lo”, declarou.

A ministra advertiu que tais declarações também entram em conflito com os interesses de Israel a longo prazo, sublinhando o seu apoio à solução de dois Estados.

“Gaza é uma terra palestina que quer tornar-se parte do futuro Estado palestino. Apoiamos a solução de dois Estados, que é a única opção viável. Gaza e a Cisjordânia juntas devem fazer parte do futuro Estado palestino”, afirmou. “Os civis não são responsáveis ​​por crimes e devem ser protegidos”, exigiu ainda a ministra.

O ministro de Relações Exteriores britânico, David Cameron, também condenou as declarações feitas pelos ministros israelitas, nas quais apelavam à realocação dos palestinos para outros países, em violação do seu direito fundamental de permanecer nas suas terras, e afirmou a posição de seu país na exigência da entrada urgente de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Durante uma chamada telefônica com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestina, Reyad al-Malki, Cameron sublinhou a preocupação do seu país com os contínuos assassinatos, destruição e fome em Gaza, e com o fracasso da comunidade internacional em chegar a uma trégua e desempenhar o seu papel na defesa do direito humanitário.

Malki enfatizou ainda o insucesso internacional em fornecer as necessidades humanitárias básicas à Faixa, o colapso do setor da saúde ali, e a necessidade de fornecer hospitais de campanha de emergência para ajudar a lidar com o elevado número de feridos que não têm acesso aos serviços básicos.

Os dois ministros concordaram em continuar os contactos para coordenar ações pelo fim da guerra, buscando um cessar-fogo e acelerar a entrada da ajuda necessária no sentido de enfrentar a fome real e sem precedentes na Faixa de Gaza.

Fonte: Papiro