Washington recebe a maior manifestação de solidariedade aos palestinos desde o 7 de Outubro | Foto: Divulgação

A manifestação “Washington por Gaza” marcou forte presença no movimento de solidariedade aos palestinos que contou com grandes atos públicos no sábado (13) e domingo (14) em mais de 120 cidades de 45 países – segundo os organizadores. Nos EUA, os protestos denunciaram os crimes cometidos pelas forças israelenses, e repudiaram “o apoio político, financeiro e armamentista do governo dos Estados Unidos”.

Apesar da neve e do frio, a multidão foi às ruas da capital, e fez do ato de solidariedade à Palestina o maior já promovido no país desde o início dos ataques de 7 de outubro.

Com Washington completamente tomada pelas cores verde, branca, preta e vermelha da bandeira palestina, os norte-americanos levantaram a voz pedindo “Cessar-fogo, agora”, “Palestina livre” e “Fim do genocídio”.

Erguidas ao lado de faixas e cartazes denunciando a barbárie praticada pelos pelas forças israelenses, as bandeiras tremularam em alto e deram um tom diferente ao inverno, aquecendo a repulsa à parceria de “democratas e republicanos” com os crimes de Benjamin Netanyahu.

A grande presença de crianças – as principais vítimas dos bombardeios israelenses – foi registrada pelos jornalistas como “comovente”, expressando o rechaço da humanidade diante de tamanha brutalidade.

Em frente à Casa Branca, os manifestantes espalharam uma instalação com centenas de bonecos de pelúcia sobre o solo, um aquário com um líquido vermelho (simbolizando sangue), blocos espalhados, como se fossem prédios de Gaza destruídos por bombas, e pequenos caixões com nomes. Mulheres também carregavam bonecos nos braços simbolizando serem seus filhos assassinados.

No local, os oradores conclamaram o governo a dar um basta ao apoio a Israel. Entre aplausos, um orador disse que “o presidente Biden pode facilmente deter esta loucura fazendo pressão sobre Netanyahu”.

Vários palestinos-estadunidenses relataram comoventes histórias de amigos e familiares que foram recentemente assassinados na campanha de extermínio em Gaza.

A massacre em Gaza perpetrado por Netanyahu entrou neste domingo no centésimo dia somando mais de 24 mil mortos (dez mil deles crianças!) e 60 mil feridos, em meio à falta de alimentos, água potável e remédios, com mais de 50% da infraestrutura da Faixa de Gaza transformada em escombros.

O Conselho de Relações Islâmico-Americanas, enviou uma carta à Casa Branca pedindo ao presidente que assegurasse um “cessar-fogo completo”, a libertação de todos os reféns em Gaza e prisioneiros políticos em Israel, além do fim do apoio financeiro e diplomático incondicional estadunidense ao governo israelense. A carta também propôs que os oficiais israelenses fossem “responsabilizados pelo genocídio em Gaza”.

Várias pessoas falaram à multidão em Washington, por videoconferência, entre eles o jornalista da Al Jazeera, Wael al-Dahdouh, cuja esposa, filha, dois filhos e um neto foram mortos por ataques aéreos israelenses. Também falaram os candidatos presidenciais dos Estados Unidos Cornel West e Jill Stein, assim como Ilyasah Shabazz, filha do destacado líder pelos direitos humanos, Malcom X.

Em Nova Iorque os manifestantes também repudiaram os ataques militares dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen, ocorridos após as operações de retaliação do país árabe no Mar Vermelho, em apoio aos palestinos

O MUNDO UNIDO CONTRA A INJUSTIÇA

Na África do Sul, à frente da campanha pelo julgamento dos crimes de Israel em Gaza, grandes manifestações tomaram conta do país, exigindo o fim do massacre. Nas denúncias, o retrato da barbárie em Gaza: 1% da população palestina aniquilada por bombas e tiros, a maioria, crianças e mulheres; 85% forçada a deixar seus lares, rumo ao sul; sistema de saúde e de água potável destruídos; casas, escolas das Nações Unidas, padarias e mesquitas bombardeadas; punição coletiva com corte de água, comida, remédios e combustível; e um número espantoso de jornalistas, paramédicos e trabalhadores da ajuda humanitária assassinados.

Na Alemanha, enquanto Munique registrou a maior manifestação do país do Dia Mundial de Solidariedade com Gaza, na capital, Berlim, várias pessoas foram presas após e algumas foram agredidas pela polícia.

A capital francesa, Paris, também recebeu atos de solidariedade, deixando uma mensagem de força à resistência palestina. Na capital sueca, Estocolmo, e na cidade de Uppsala, ecoou com peso a denúncia dos crimes israelenses.

Na cidade holandesa de Haia, em frente à Corte Internacional de Justiça, os manifestantes exigiram que Israel seja julgado por seus crimes contra os 2,2 milhões de civis na Faixa de Gaza, que vêm sendo submetidos a todo tipo de atrocidades.

No pequeno país de Luxemburgo milhares de pessoas se concentraram em frente à embaixada dos EUA para denunciar o “contínuo apoio” da administração estadunidense à atual agressão à Palestina. Igualmente na capital dinamarquesa, Copenhague, a força da solidariedade aos palestinos se fez sentir.

A cidade italiana de Florença recordou que a agressão em Gaza expressava uma cruel política de “terrorismo de Estado” e que a humanidade não admitia a continuidade de tamanha brutalidade.

Fonte: Papiro