Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu pedido da PF (Polícia Federal) e prorrogou por mais 90 dias o Inquérito 4.874, que investiga a atuação das milícias digitais contra a democracia e o Estado de Direito.

Esta é a nona vez que o processo tem o prazo estendido pelo relator do processo na Corte.

Na decisão, assinada na sexta-feira (19) e publicada nesta segunda (22), Moraes aponta que o aumento do prazo foi concedido “considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”.

A PF investiga a existência de organização criminosa, de atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

O inquérito foi aberto no STF, em julho de 2021, com o objetivo de investigar a atuação das milícias nas redes sociais e descobrir quem são os responsáveis pela articulação e pelo financiamento dessas.

Em outubro passado, o ministro Alexandre de Moraes autorizou o compartilhamento do relatório final da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de todas as provas relativas às investigações.

 “Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes, nos termos previstos no art. 230-C, § 1º, do Regimento Interno do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prorrogo por mais 90 (noventa) dias a presente investigação”, escreveu Moraes na decisão.

A investigação tem como alvo uma série de pessoas públicas que, por meio das redes sociais, se organizam para atacar as instituições democráticas. Um dos alvos, por exemplo, é o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está foragido nos EUA.

Outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também são alvo das investigações, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), atualmente em prisão domiciliar.

Existem diversas apurações derivadas do inquérito, como as que miram o entorno de Bolsonaro. São exemplos, os casos das vendas de presentes dados por países estrangeiros ao governo brasileiro, que o ex-chefe do Executivo teria amealhado e da fraude em cartões de vacina.

Fonte: Página 8