Protesto na zona norte de Porto Alegre - Foto: Reprodução

O número de pontos sem luz no Rio Grande do Sul depois do temporal de terça-feira (16) ainda conta com 416 mil nesta quinta-feira (18), após os danos causados na rede elétrica. 

Conforme a RGE, uma das empresas privatizadas que administram a energia no estado, há 272 mil pontos sem energia elétrica em sua área de concessão. As regiões mais afetadas são Metropolitana de Porto Alegre (170 mil), Vale do Taquari (27 mil), Central (33 mil), Vale do Rio Pardo (23 mil), Central (19 mil) e Vale do Sinos (9 mil).

Já na área de concessão da CEEE Equatorial, conforme dados disponibilizados ainda no início da manhã, há 144 mil pontos sem luz. A região mais afetada é a Metropolitana de Porto Alegre.

A falta de energia elétrica em Porto Alegre afeta também o fornecimento de água. Exatamente por isso, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) orientou a população a economizar água nos próximos dias, uma vez que as casas de bombas não estão funcionando adequadamente.

Moradores do bairro Humaitá, na Zona Norte de Porto Alegre, realizaram novo protesto na tarde desta quinta cobrando o restabelecimento da energia elétrica. O fornecimento está interrompido desde a noite da última terça, quando um temporal atingiu o Estado.

Os moradores atearam fogo em pneus, galhos, restos de móveis e outros objetos pelas ruas do bairro. Com palavras de ordem como “queremos luz” e “não vamos pagar pelo que não é entregue”, a comunidade pediu providências. A manifestação foi acompanhada pela Brigada Militar e por representantes da Subprefeitura do Humaitá, que realizaram cadastramento das famílias que necessitam de itens como lonas e mantimentos.

“Estamos, já tem três dias, sem luz e sem água, o leite das crianças estragando, comida, tudo. Cobrar as contas de água e luz eles sabem, mas não temos resposta de quando vão solucionar o problema”, relata a dona de casa Stefani Souza em entrevista ao portal Correio do Povo.

O prefeito Sebastião Melo comentou sobre as manifestações que ocorrem em diferentes regiões da Capital após reunião com a direção do Grupo Equatorial, que controla a CEEE após a privatização. 

“Somos solidários às famílias, estamos trabalhando para restabelecer a cidade, porém contamos com a compreensão da comunidade. Foram mais de 200 árvores caídas, em alguns pontos, para a energia voltar, precisamos fazer a remoção, e se as vias estiverem bloqueadas por manifestações, vai demorar ainda mais tempo para que os caminhões da Equatorial consigam entrar nos bairros”, diz o chefe do Executivo.

Desde a quarta-feira (17), ao menos 10 protestos foram promovidos em diferentes regiões de pontos de Porto Alegre cobrando a volta da energia elétrica. As comunidades também exigem alternativas para reduzir os reflexos da falta de energia no abastecimento de água, uma vez que as estações do DMAE ficam inoperantes sem luz.

A CEEE Equatorial afirma que equipes estão atuando em diversas frentes e espera restabelecer todas as unidades desabastecidas até o próximo sábado (20).

Fonte: Página 8