Cartaz em Tel Aviv mostra Netanyahu com as mãos sujas de sangue e a acusação: "Culpado” | Foto: Moti Milrod/Haaretz

Milhares de israelenses voltaram às ruas de Tel Aviv, Haifa e Cesarea, neste primeiro sábado do ano, para exigir o afastamento de Netanyahu e eleições gerais já.  

“Há anos, o governo considera que nossas vidas não têm valor”, denunciou a manifestante Gali Basudo, ex-moradora da região atacada pelo Hamas ao sul de Israel e agora com vários kibutzim desocupados. “Até as estações de trem estão fechadas”, acrescentou ao se pronunciar no ato realizado na praça Habima (diante da sede do Teatro Nacional de Israel).

Além dos atos em Tel Aviv e Haifa também houve concentração em Cesarea, diante da residência particular de Netanyahu.

Para Gali, o governo israelense mentiu ao “nos afiançarem que morar na região próxima à Faixa de Gaza seria seguro”.

Vale dizer que ela tem razão, aliás, enquanto seguir a ocupação, o assalto a terras, a prisão em massa, a humilhação dos palestinos nenhum lugar em Israel é seguro para os judeus.

Adar Ayalon, irmã de Shira Ayalon, que foi morta ao participar da rave que se realizava perto da fronteira no dia 7 de outubro também denunciou o descaso de Netanyahu com o perigo que os israelenses corriam: “Ela se achava segura e saiu para dançar, mas foi abandonada a uma morte horrível”.

“Eu acredito”, disse Adar no ato de Tel Aviv, “que todos têm um papel a cumprir e o dela era de espalhar luz em torno de si. A morte dela e dos demais nos ordenam a agir para que suas mortes não sejam em vão. Estou aqui para que as coisas melhorem, pois a mudança começa com a gente e com uma liderança apropriada e com Netanyahu o processo de recuperação não acontecerá”,

Yaron Partok, da cidade de Kiriat Shmone, ao norte de Israel, que foi evacuada depois que os atritos começaram com o Hezbollah na fronteira com o Líbano, disse que “nossa vida em uma região florescente nos foi cortada por uma guerra que este governo nos impôs”.

“De uma hora para outra nos vimos na condição de refugiados em desespero. Sem respostas, sem um horizonte, há já três meses”, finalizou Yaron.

Fonte: Papiro